08 novembro, 2010

Tropelias públicas e corporativismo indigitado

querido diário:
a grande notícia de Zero Hora de hoje é, naturalmente, a vinda de Paul McCartney a Porto Alegre. como referi ontem, não indo ao show, decidi homenageá-lo fazendo meus 64 assim que possível. já é suficiente. lembro do lançamento da canção, parecia uma data a ser encontrada apenas no infinito. lembro de, quatro anos atrás, quando se comemoraram os sixty-four do próprio McCartney. mas, na Zero Hora de ontem, o show já se avizinhava e a notícia marcante foram alguns dados sobre uma causa judicial que os juízes condenaram o estado a pagar-lhes quantias variáveis, a mais invejável delas alcançando R$ 800 mil. ou seja, se tu conseguires casar-te com o filho ou filha de um juiz nos próximos tempos, poderás pedir como dote um apartamento um milhão de reais.

em minha opinião, justiça no Brasil não apenas rima com mulher pelada, mas principalmente, é uma piada. por isto tenho defendido o fechamento completo do Poder Judiciário e a transferência de todos os julgamentos, inclusive do nepotismo que eles andaram praticando há milênios e os crimes de lesa-patrimônio público, à Corte Internacional de Haia. por meio de um simples convênio com o CIE-E, esta poderia contratar estagiários entre os estudantes de direito das faculdades européias e enviá-los ao Brasil para administrar a justiça!

uma das maiores causas das mazelas do Brasil é a lentidão das ações do poder judiciário, este estamento de homens e mulheres que talvez algum dia tenham tido alguma dose de pudor, mas hoje em dia o que vemos é uma inominável desfaçatez exibida à sociedade por meio de seus representantes corporativos.

o dinheiro que sobra aos juízes falta, claro, à saúde, levando mesmo um infeliz médico a dizer um descabelado absurdo no artigo que Zero Hora de hoje publica à p.17. ele disse -e eu não cito fora de contexto, mas sem a frase inteira: "[...] saúde é uma chaga [...]". dos tempinhos de minha participação no Conselho de Justiça e Segurança do Bairro Menino Deus, eu vim a entender que a única saída é a criação de uma lei decente para o orçamento público. sem "emendas" parlamentares, sem corrupção, apenas cumprindo o que foi programado por eles, os eleitos, os ungidos.

com esta de ver a saúde como chaga, eu pensei cá comigo: ok, ok, não é bem isto que este neguinho está querendo dizer. eis que -senão quando- olhei para a outra página e vi meu artigo intitulado "CPMF: logo agora?", em que reclamo da hipocrisia dos governantes brasileiros que hoje respondem pelo nome de "governadores", como se está chamando os que defendem a volta de mais este imposto regressivo, ergo, distorcivo. uma vez que outra, neste blog, reclamei do caráter sanguíneo do jurista Paulo Brossard, que escreve todas as segundas feiras na página selecionada por Zero Hora para publicar meus scribbles.

tem o deputado Mendes Ribeiro, filho do locutor da Copa do Mundo de 1958, que também chegou a deputado e morreu, cogitado para ser ministro do governo Dilma Vana (diz o mesmo jornal que sua mãe, a sra. Dilma Jane, declara-se a verdadeira Dilma). diz Mendes que o CPMF até que é bom! eu, que já estava mesmo com a mão no copo, exclamei; só bebendo!
DdAB
p.s.: procurando apenas "tropelias públicas", cheguei a (clique aqui), logo eu que não falo palavrão nestes escritos, nem cultivo a exposição de fotos eróticas.
p.s.2: disse-me a sra. Avó do Badanha: não entendo o que queres dizer com "tropelias públicas". eu disse que são os 800 mil de indenização que os juízes se condenaram a receber. e ela seguiu: e "corporativismo indigitado"? eu disse: só posso estar-me referindo a este troço do médico que quer melhores salários e clama que a saúde é uma chaga. e, além dele, ao  dep.Mendes Ribeiro, que quer mesmo a CPMF e, ademais, aos juízes que não ganharam estes 800 mil no tempo em que eu estava no mercado de casamentos, que não me faria qualquer mal um dote destes! ela disse: ok.

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