Currículo




(Esta é a Pedra de Roseta)


Quer saber detalhes sobre minha vida profissional antes e depois da aposentadoria? Dê uma olhada em meu Currículo Lattes. Ou, mais discursivo, informal e, quem sabe?, divertido, veja o Currículo Resumido:

Nasci em 1947 na cidade do Rio de Janeiro, onde passei os 21 primeiros dias de minha existência, declarando desde que pude minha Heimat o Rio Grande do Sul, onde respirei (eu ia dizer 'pisei'...) já com 41 dias de vida. Ainda assim, passei quatro anos da transição de minha infância à adolescência na cidade de Campo Grande do Matto Grosso. 

Comecei a trabalhar em Porto Alegre aos 19 anos de idade. Aos 25, graduei-me em economia na UFRGS (1972). Poucos meses antes da formatura, iniciei meu primeiro trabalho como economista. Na verdade, fui estagiário por dois ou três meses, mas desfrutava do status de uma das maiores autoridades em normas da ABNT do grupo, além de ser reconhecidamente o mais rápido datilógrafo daqueles tempos. Numa tarde de outubro de 1972, sob a coordenação de Rudi Braatz, deu-se nosso primeiro encontro (Cláudio Einloft, DdAB, Marilene Ludwig, Moema Kray e Rubens S. de Lima, além de Rudi Braatz, é claro. As primeiras expansões contemplaram as contratações de Sílvia Horst e Vivian Fürstenau). Lançamos, assim, o germe do que viria a ser a Fundação de Economia e Estatística, de Porto Alegre, tristemente fechada nos últimos dias de 2016 e lamentada por mim na postagem que se alcança clicando aqui. Lá trabalhei por dois anos, ganhando a oportunidade de realizar um curso de pós-graduação.


Minha dissertação de mestrado na UFRGS (1977) foi orientada por Antonio Carlos Fraquelli. Entre 1976 e meados de 1977, trabalhei, já de volta à FEE, com Walter Hahn, um dos homens mais inteligentes que conheci. Saí da FEE em 1977, semanas após haver defendido a dissertação, rumando a Reading, para assistir a um curso de inglês. Cumpria determinações de minha agência financiadora, o British Council, que me dera a bolsa para cursar o doutorado na University of Sussex. Fui em busca do doutorado, mas tive que antecipar a volta ao Brasil, logo após obter o título de Master of Arts na área de Economia Industrial. Notas altas no IEPE/PPGE-UFRGS e o reconhecimento externo (em outras palavras, o fato de eu me haver tornado um bimestre...), entre outras razões pertinentes, levaram "meu querido" Prof. Haralambos Simionidis a convidar-me a trabalhar com ele.

Tornei-me, assim, professor da UFRGS, até julho de 1980, quando me transferi a Florianópolis, ocupando dois empregos. Num deles, fiz Contabilidade Social Regional para o Governo do Estado e, no outro, dei aulas de Economia Industrial para o Governo Federal na UFSC. Em agosto de 1981, voltei a Porto Alegre, com nova relação de trabalho sendo criada com a FEE. Muito trabalho como contabilista social e como administrador de pesquisa. Ao mesmo tempo, obtive a transferência de meu cargo público (um contrato CLT) com a UFSC para a UFRGS, voltando a ser bem recebido no Departamento de Economia pelo Prof. Haralambos. Durante um curto e tumultuado período em meados de 1987, fui diretor técnico da FEE, deixando essa instituição, e assumindo o cargo pleno de professor do Departamento de Economia da UFRGS.

No final de 1987, fiz minha segunda viagem à Europa, contaminando-me com outro vírus do doutorado. Naquela oportunidade, conheci Andrew Glyn (ver 
http://en.wikipedia.org/wiki/Andrew_Glyn)

o maior intelectual de esquerda com quem até então tivera contato próximo. Seus “human and academic support will escort me for my remaining years.” Esta expressão encontra-se nos Agradecimentos de minha tese de doutorado, depositada na Bodleian Library da Oxford University. Com a aquiescência de Andrew para lá fui, vi e venci. Oxford abrigou, talvez, os mais felizes dias de minha vida. De volta a ela, depois de uma das viagens a passeio pelo Brasil, Analice Amazonas saudou-me ao telefone: “welcome back to Paradise”. 

Olhei para o telefone vermelhinho, olhei para a Banbury Rd., vislumbrando os verdes campos e a antena longínqua: era verdade! Defendi a tese que me credenciou a receber o título de D.Phil. em típica e festiva cerimônia em julho de 1994, aos 47 anos. Extemporâneo para eles, dentro dos padrões brasileiros de minha geração e perfeitamente compatível com importante princípio numerológico. Eu mesmo calculei que aconteceria em minha vida algo paramount ao completar a mesma idade que o século XX completara no ano de meu nascimento.

Voltei à docência na UFRGS em 1993, sendo professor da primeira turma do doutorado em economia do PPGE/UFRGS, já no 1994. Dessa fase, resultaram as dissertações de Biágio Mendes Júnior, André Luiz Contri, Virgínia Eickhoff, Graziela Weissheimer Werlang (PUCRS) e Cássio da Silva Calvete. Mas voltei a transferir-me à UFSC, em meados de 1995, sendo professor da primeira turma do Mestrado em Economia Industrial. Na UFSC ainda tive a alegria de ver meu orientando Jailson Coelho ser o primeiro a receber o título de Mestre. Problemas familiares trouxeram-me de volta a Porto Alegre, ligando-me eternamente a uma prebenda na UFSC. Ainda assim, segui orientando David Pedroso Correia até a defesa de sua dissertação, o que me garantiu um glorioso 2 x 0 naqueles tumultuados três anos.

De agosto de 1998 a fevereiro de 2008, fui professor do Departamento de Economia da PUCRS, contribuindo para a criação do Programa de Pós-Graduação em Economia. Nesse programa, fui professor da primeira turma e orientador da primeira pessoa a receber o título de Mestre em Economia do Desenvolvimento, a talentosa Cecília Schmitt. Antes dela, orientara a dissertação de Alexandre Alves Schmelling de Messias, do Mestrado em Administração. Mais um 2x0. Depois vieram os trabalhos de Cássio Silva Moreira (www.cassiomoreira.com.br), Eduardo Grijó, Mário Prado e Vania Alberton.

Um ano e meio antes da despedida da PUCRS e do ensino de graduação, inicei um "Estágio Pós-Doutoral" na Freie Universität Berlin, na condição de Gastforscher da Profa. Barbara Fritz, do Latin Amerika Institut. Aquele meio ano final no ensino de graduação foi difícil, pois eu estava pronto para a aposentadoria e não sabia... Foram-se, assim, 41 anos de "carteira assinada", 31 deles na condição de professor de economia.


Tenho publicado regularmente em revistas nacionais e apresentei uma boa meia dúzia de artigos e seminários na Inglaterra, na Itália, nos Estados Unidos e na Alemanha. Também, volta e meia, compareço aos meios de comunicação de Porto Alegre, com artigos curtos ou comentários no rádio ou na TV.

Com este retrospecto, devo declarar ter feito, até hoje, diversas tentativas de mudar o mundo. Os fracassos me não impedem, diria a próclise machadiana, de seguir tentando. A exemplo das moléculas que "aprenderam" a auto-reproduzir-se e evoluíram até gerar a vida, mudar o mundo é um milagre que precisa ser feito apenas uma vez: depois de evoluído, suas chances de involuir escasseiam. E ele estará melhorado sempre. Como mudar o mundo essa vezinha inicial? Vou discutir amplamente este ponto principalmente nas postagens do marcador "Economia Política" de meu Blog. Minha mais nova identificação de fontes de mudança é a colagem de um Conselho de Observadores em cada repartição pública!

Aos 3/nov/2009, olhei para o lado esquerdo, o cesto de lixo (artesanato caingangue) cheio dos já proverbiais papeizinhos que escrevo num just like that de deixar qualquer um atazanado. Lembrei de meus tempos de ITEP, em Santa Catarina. Tínhamos lá, muito mais velho que eu, em vários sentidos, o Sr. Manoel, um lagoense, que recolhia o lixo seco dos cestos de toda a turma. Quando parava para coletar minha produção diária, dizia que eu era um dos que mais produzia lixo naquelas paragens.

Aos 14/ago/2012, torna-se ainda mais meridiano que aposentei-me mesmo. Aos 65 anos, creio que será dificílimo eu querer outro emprego remunerado mesmo antes de completar aqueles 70 anunciados anteriormente. Mesmo a consultoria tem-se distanciado de meus sonhos. Aquele negócio de matriz de insumo-produto da empresa não passará, portanto, do capítulo final do livro (aqui: http://19duilio47.blogspot.com.br/2011/06/querido-diario-hoje-ainda-e-dia-de-rock.html).

BÊRNI, Duilio de Avila & LAUTERT, Vladimir orgs. (2011) Mesoeconomia - Lições de Contabilidade Social A Mensuração do Esforço Produtivo da Sociedade. Porto Alegre: BookMan.

E aos 13/ago/2012, (aqui anunciado: 

http://19duilio47.blogspot.com.br/2012/08/querido-diario-no-sabado-anunciei-aqui.html). 
Quem não sabe que este 13/ago é considerado o dia do economista?

BÊRNI, D. d. A. e FERNANDEZ, B. P. M. orgs.(2012) Métodos e técnicas de pesquisa; modelando as ciências empresariais. São Paulo: Saraiva.

E na Feira do Livro de 2013, Adalmir e eu fizemos uma sessão de "autógrafos reversos" (isto é, a audiência é que autografava um exemplar do xerox do PDF feito na Akicópias do Prédio 5 da PUCRS:

MARQUETTI, Adalmir & BERNI, Duilio de Avila (2013) Ensaios sobre a economia gaúcha. Porto Alegre: FEE.
Este e-book encontra-se em:

http://cdn.fee.tche.br/publicacoes/ensaios-sobre-a-economia-gaucha/ensaios-sobre-a-economia-gaucha.pdf.


No final de abril de 2014, tive a alegria de ver em papel e tinta o livro:

BERNI, Duilio de Avila e FERNANDEZ, Brena Paula Magno (2014) Teoria dos jogos; crenças, desejos, escolhas. São Paulo: Saraiva.

Sua homepage está aqui: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/7437665/.

Não esquecendo, então, que tenho mais dois livros que costumo chamar de meus:

A CURA DA ÉPOCA FUTURA (de 1995)
REFLEXOS DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA MUNDIAL SOBRE A ECONOMIA DO RIO GRANDE DO SUL (2000, organizador). 

Comprova-se empiricamente que realizei (estou realizando) o que sonhava nos anos intermediários da adolescência: ser escritor. Naquele tempo, eu lia e só escrevia scribbles, mas impressionava-me sobremaneira com os ensaios dos bons jornais da época (Correio da Manhã, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo) e com outros de maior corte acadêmico na Revista Civilização Brasileira. Hoje faço as duas coisas, o que me dá a alegria intelectual que sempre busquei. Escrever no blog também é meu canal. Contando os dois primeiros blogs alheios ao sistema Google, já tenho cerca de 3.000 postagens (junho/2020)!

abcz