30 novembro, 2010

Fetichismo: novas manifestações

querido diário:
desde que li "O Capital", de Mr. X, passei a pensar no fetichismo, nas relações fetichizadas, no que ele chamou de fetichismo da mercadoria. que é ele? é a ideia que temos sobre a origem dos bens e serviços que adquirimos no mercado. parece que eles vêm do dinheiro que despendo. pois isto é verdade, mas o nível aparente dela, verdade. no nível da essência, o que fiz foi qualificar-me para ingressar no circuito distributivo da geleia (oba, encontrei outra palavra para escrever com a nova ortografia, a exemplo de ideia) geral do trabalho social. ou seja, o que estou trocando (não digo eu, myself, velhinho aposentado) é horas de trabalho na atividade A por horas de trabalho socialmente necessário que outro agente econòmico despendeu na atividade B.


claro que pouco ou nada há de mais distante de nossa experiência contemporânea do que pensarmos que trocamos horas de trabalho por horas de trabalho. ou seja, o fetichismo tomou conta de nossas vidas tão profundamente (e não estou dizendo que isto seja mau ou anacrônico) que Beatriz anunciou a Donetti:

-A pizza está subindo.

pensei: pizzas não sobem. Marx ensinou-me: se a mercadoria não vai ao mercado, seu dono a leva à força. mas é claro que, no caso, provavelmente, Tezza estava falando que era o moto-boy que carregava elevador acima uma caixinha de papelão avermelhado com uma pizza do lado de dentro.

Beatriz? sabe quem é? Donetti, sabes quem é? Tezza? pois é o seguinte. tudo na p.66.

TEZZA, Cristovão (2010) Um erro emocional. Rio de Janeiro: Record.

acho que este livro pode ser um belo presente de natal de quem gosta de ler e presentear para quem gosta de ler. happy christmas, December is arriving! e só não posso dizer, como a canção de John Lennon que "the war is over" porque o cheiro de pólvora no Rio de Janeiro está intenso.
DdAB

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