em homenagem à estrondosa vitória infligida pela economista Dilma Rousseff ao economista José Serra na cidade de Jaguari (52 x 48% dos votos), à estrondosa vitória de Serra sobre Dilma em Porto Alegre (120 mil votos), à estrondosa idem idem do Rio Grande do Sul (51 a 49%) e a estrondosa de Dilma sobre Serra no Brasil (56 x 44%), busquei -sob o título "as eleição", gauchês escorreito- ajuda ao Google Images. encontrei o que se torna minha ilustração de hoje (ver). com esta imagem, posso evitar o título de "eleições: só bebendo" para a postagem. antes, porém, de beber em homenagem ao Professor Hariovaldo Almeida Prado, eu já estava puxando a garrafa em homenagem ao artigo de Paulo Brossard (jurista e ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal), da p.33 de Zero Hora de hoje:
[...] em verdade, o debate pré-eleitoral foi substituído pela divulgação de pesquisas de opinião; e, na medida em que forem confirmadas nas urnas, não faltará quem diga que o ato supremo da cidadania ativa se tornou ocioso, pois o resultado era conhecido antes da eleição.
o radicalismo de ambos é algo interessante de analisarmos, a fim de tentarmos conter nossas próprias paixões em todos os assuntos, exceto os you know... o que não sabemos é quando não estamos expressando paixão nenhuma, apenas usando fria ironia. o Prof. Hariovaldo, se for este o caso (que não lhe examinei mais o blog do que a postagem que destaquei), é campeão:
Com o talento de um goleador nato, José Serra, autêntico representante dos homens bons, vem acumulando glórias sucessivas nesta campanha eleitoral, demostrando porque é o mais bem preparado político brasileiro de todos os tempos e o único que tem condições de remir a pátria o esquerdismo atroz de Lula e Dilma, um verdadeiro fenômeno. Não existe bolas fora e nem balas perdidas para Serra, cada movimento seu é friamente calculado de modo a obter o máximo de sucesso, cada palavra emitida é milimetricamente estudada para ter grande êxito,enfim, um verdadeiro gênio da política apesar da grande humildade, talvez o maior de todos da atualidade.
Um candidato assim é imbatível e os petistas sabem disso, por isso choram nos butecos das vilas e das grandes cidades, e como ébrios insuportáveis e deserdados do poder, se entregam ao aguardente inspirados todos nós sabemos por quem. Bendita hora em que forem todos varridos do poder pelo grande almirante do Tietê. E essa hora há de vir bem antes do que eles pensam pois pesquisa após pequisa, começando pelo Dataprado, passando pelo Datafolha e pelo Ibope, já demostra claramente que a vitoria de Serra é irrevogável e inadiável e que o tempo da ditadura lullopetista se conta agora em dias e não mais em meses.
Um candidato assim é imbatível e os petistas sabem disso, por isso choram nos butecos das vilas e das grandes cidades, e como ébrios insuportáveis e deserdados do poder, se entregam ao aguardente inspirados todos nós sabemos por quem. Bendita hora em que forem todos varridos do poder pelo grande almirante do Tietê. E essa hora há de vir bem antes do que eles pensam pois pesquisa após pequisa, começando pelo Dataprado, passando pelo Datafolha e pelo Ibope, já demostra claramente que a vitoria de Serra é irrevogável e inadiável e que o tempo da ditadura lullopetista se conta agora em dias e não mais em meses.
pode um erro de previsão desta magnitude? acho que apenas no caso de ser movido pelo ódio. agora resta a este tipo de abordagem um teste empírico: saber se o Brasil vai acabar durante o mandato de Dilma Rouseff. estou apostando que não. mas nem sempre venço minhas apostas, devo admitir. e que esperar, assim, de Dilma, já que não espero o fim do mundo? em boa medida, espero um governo de esquerda, ou seja, igualitarista. em boa medida, espero um governo mais nacionalista-intervencionista do que eu gostaria. mas o saldo é que dirá. e o saldo se contabiliza ex post. na p.33 de Zero Hora, Carolina Bahia também acredita no aprofundamento do corte igualitarista sem repetição do estilo Lula: "Só quem não conhece Dilma para acreditar que será tudo igual."
no discurso de ontem, que ouvi mas não vi a integra em 'meu' jornal, ela -Dilma- orgulhou-se da coalizão de 10 partidos políticos que a levaram ao poder. eu me indago se haverá outros atraídos pela retidão de suas ofertas de vantagens e se os atuais acompanhá-la-ão até o final de seu mandato. há um problema interessante nesta questão, sobre o momento adequado de um partido como o PSB -vencedor inequívoco- com um nome do porte de Eduardo Campos, deixar claro que pleiteia mais do butim do que lhe está reservado. como tal, qual o momento adequado para sair do governo, tornar-se oposição e lançar-se candidato à sucessão. não pode ser na véspera da eleição, mas tampouco poderá ser no próximo dia 2 de janeiro de 2011, claro. a backard induction terá lá uma equação que poderá ajudar-nos a prever o momento propício. talvez uma mistura de popularidade do governo Dilma com a estimativa subjetiva do sucesso de negociações com o epicentro do projeto sobre quem a sucederá. já referi que li na Carta Capital o anúncio de um partido de centro-esquerda liderado pela dupla vencedora Aécio-Eduardo.
vejamos agora algumas áreas em que Zero Hora diz residirem "Os desafios da próxima administração"
Agricultura, Assistência Social, Educação, Energia, Reforma Tributária, Saneamento, Saúde, Política Externa, Previdência, Transportes.
na p.37, Maria Isabel Hammes fala sobre "Os seis grandes desafios de Dilma:
Câmbio, Infraestrutura, Trabalho, Contas Públicas, Impostos, Juro.
de minha parte, acrescentei, não sem alguma duplicação:
Reforma Agrária, Reforma Política, Reforma Tributária, Política Comercial, Segurança Pública, Administração Pública, Reformas Sociais e Relações Industriais.
que quero dizer com isto, que nem sempre é o mesmo que eles querem? quais os contornos de um programa de governo que encaminhe reformas democráticas, reformas de cunho igualitarista? uma tentativa de resposta vai na seguinte listagem:
Administração Pública: forçar o cumprimento da lei do orçamento público (tornando-o universal), reduzir as “emendas” parlamentares à lei que deveria ser lei, criar mecanismos de zelo por seu cumprimento, reforma do poder judiciário, criação de mais mecanismos de controle de todas as instâncias da coisa pública, com certo exagero, até a criação do “Ministério da Corrupção”, que também poderia combater alguma coisa do próprio setor privado. Manter o orçamento equilibrado, usando déficits ou superávits fiscais (moderados) como instrumento de política contra-cíclica. Profissionalizar a administração pública, extinguindo os afamados “cargos em comissão”. Favorecer a mobilidade nacional dos funcionários públicos, mantendo um cadastro de reserva para eventualidades. Modernizar, modernizar, modernizar!
Agricultura: além dos programas de favorecimento aos pequenos agricultores, e ampliação por meio de uma reforma agrária e atração de agricultores sem terra para a Brigada Ambiental Mundial (serviços rurais, como uma verdadeira guarda-florestal) e favorecimento aos grandes agricultores!, sem esquecer os cuidados ambientais rurais.
Assistência Social: transformação do Programa Bolsa-Família em Renda Básica Universal a própria criação da Brigada Ambiental Mundial, o serviço municipal de que tanto falo, retirar toda a população moradora de rua de suas casas, ajolá-la em casas decentes, combinando com estes empregos decentes, dar-lhe acesso à educação, embalada no título de “empreendedorismo”, esperança de que muitos, no devido tempo, possam demitir-se da BAM e montar suas empresas, retendo apenas os estipêndios da renda básica universal. Políticas habitacionais e de contenção migratória para grandes cidades.
Educação: expandir ainda mais a quantidade, buscando melhorias localizadas na qualidade e criação de mecanismos de auto-propagação dos avanços qualitativos. Minha legenda de ‘três horas de aula por dia’ deve alcançar a todos, crianças e adultos que sejam identificados em situação de risco.
Infraestrutura: estradas, energia, transportes, água e saneamento, irrigação. Procurar o princípio da provisão para a maior parte das frentes de expansão nesta área. Buscar a criação de sindicatos de trabalhadores encarregados de montar a estrutura administrativa-gerencial destes novos empreendimentos. Criação de diferenciais de impostos para o transporte rodoviário de passageiro ou carga, aproximando seu custo privado do custo social.
Política Comercial: mudanças nas políticas de câmbio e juros, promoção das exportações, negociações bilaterais para orientar importações, encaminhando-se para transformar a economia brasileira em um sistema totalmente aberto.
Política Externa: não manter relações comerciais com países totalitários, requerer soberania para a Corte Internacional de Haia.
Previdência: estabelecer uma remuneração razoável a todos os aposentados, reduzindo a idade de ganho do benefício e financiando o gasto com verba do Tesouro Nacional, como complemento à renda básica universal. Não atrelar os proventos da aposentadoria a qualquer indicador que venha a criar absurdos econômicos (e.g., o salário mínimo, uma percentagem da renda nacional ou o crescimento da inflação ou do PIB per capita).
Reforma Política: parlamentarismo, voto facultativo, voto distrital, financiamento público das campanhas, proibição de duas reeleições (ou seja, mandato, releição e aposentadoria). recall eleitoral. talvez seja boa ideia ter eleições de dois em dois anos para tudo, com apenas duas reeleições permitidas e abertura de espaço para os outros.
Reforma Tributária: dar-lhe o mais perene caráter igualitarista. Redução dos impostos indiretos apenas aos bens de demérito, expandir a arrecadação dos impostos diretos, como o imposto de renda, da riqueza e da herança.
Reformas Sociais: ampla gama de reformas sociais, modernizadoras dos costumes, colocando o Brasil ao lado de países mais avançados do mundo: aborto, drogas, estado laico, GLS, Hora do Brasil, ‘pronunciamientos’ de governantes. Criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento, em que todo o patrimônio público seja transformado num fundo de ações intransferível, pagando rendimentos diretamente a cada brasileiro que alcance a maioridade biológica, ou seja, 24 anos de idade. Com isto, “privatiza-se” a produção de “bens de mercado” e financia-se o que for necessário de um programa de renda básica universal.
Relações Industriais (alguns chamam de ‘trabalho’): incentivar o crescimento da produtividade do trabalho nas empresas, criando mecanismos de recolocação dos excedentes de mão-de-obra a serem alcançados na Brigada Ambiental Mundial, mudar a política de encargos sociais sobre a contratação de trabalhadores, talvez eliminando-a, o que poderia criar um choque benévolo de oferta, por meio da redução generalizada dos preços das mercadorias. Eliminar completamente o sindicalismo herdado dos anos 1930.
Saúde: aplicar o princípio da universalidade do orçamento, hierarquizando a abrangência dos tratamentos clínicos ou cirúrgicos (não fazer transplante cardíaco enquanto houver barriga dágua). Criação de salas de consumo para usuários de drogas, associando-lhes tratamento psiquiátrico e assistência social
Segurança Pública: revolução nas práticas da área, especialmente criando um programa de transição à legalização das drogas, e deslocando para a área da saúde o tratamento das crianças, criminosos e loucos que se dedicam a sua produção, comercialização e consumo. Expandir as experiências de privatização das prisões.
Reforma do Sistema Judiciário: além das questões da segurança pública, há outras fundamentais que transcendem as iniciativas rotineiras do poder executivo, mas que dele devem emanar: a proposta ao legislativo de mudança radical no sistema judiciário nacional. isto inicia-se, naturalmente, com a chamada à razão dos juízes que insistem em receber remunerações nababescas.
DdAB
post scriptum convencional: andei fazendo previsões ridiculamente falsas. quer ver? clique aqui.
post scriptum convencional: andei fazendo previsões ridiculamente falsas. quer ver? clique aqui.
Post Scriptum: tá aqui o primeiro discurso dela:
"Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,
É imensa a minha alegria de estar aqui. Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida. Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.
A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!
Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:
- Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.
- Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.
- Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.
- Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.
- Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.
Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões. O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família. É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.
Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.
Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte. A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.
O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro. Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.
Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.
No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.
Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.
Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.
É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.
Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.
Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.
Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.
Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo. Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.
As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.
Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.
Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.
Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.
Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.
O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.
Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas. Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde. Me comprometi também com a melhoria da segurança pública. Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.
Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos. Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.
A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade. É aquela que convive com o meio ambiente sem agredi-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.
Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa. Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.
Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.
Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.
Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.
A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política. Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.
Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.
Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.
Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.
Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho. Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.
Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.
Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.
Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.
Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta. Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado. Saberei consolidar e avançar sua obra.
Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo. Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.
Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.
Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.
Muito obrigada."
2 comentários:
Ei, Menino!
Gostei da maioria das suas propostas. Olha, surpreendeu-me positivamente o discurso da futura presidente...Se aquilo for levado à frente, o Brasil pode recuperar-se da degeneração política trazida pelo lulismo e subir no pódio que ele já está começando a merecer. Ainda estou na espreita, mas nunca perco a esperança.
Beijão.
MdPB do Reeeeeecife
aí, prenda linda!
parece-me que "esperança" é a palavra certa. creio que ela é uma das grandes responsáveis por nossa "humanidade", o amanhã, o porvir, o futuro, nossa herança para os pósteros. terás visto que mudei de postura entre o primeiro e segundo turno. decidi assumir uma postura mais otimista (e talvez pragmática): muitos anos fiz o "voto útil", quando ainda não era eleitor do PT. nestas eleições, tenho lido a saudação de novas lideranças, inclusive Eduardo Campos. não é impossível que gente como ele e seu partido venha/m enfim a oferecer uma alternativa de esquerda ao próprio PT. crer para viver (mas já estou assustado com o tema dos loteamentos dos cargos.
saudades.
DdAB
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