querido diário:
decidido a cair numa posição estranha, achei que alguns escritos poderiam ser sobre semântica transferencial. iniciando o research programme nesta área, tentei pensar no que diabos poderia ser isto. achei que o primeiro exemplo associa-se à transformação da expressão de saudação "bom-dia". desde que a academia transformou a língua portuguesa num poço de livros arcaicos (mais uma vez, by the way), nem mais sabemos se bom-dia tem um ou dois hífens. no caso, tornou-se que "tchau" substituiu a saudação "bom-dia". deste modo, ontem, ao dar "bom-dia" a um menino de rua, ele apenas devolveu: "prô senhor também". como ele tratou-me por "senhor", de baixo para cima, decidi quebrar meu voto de "não dê dinheiro para quem não sabe gastar", tornei-me um falsificacionista ad hoc e dei-lhe o dinheiro, pensando que aquele menino de rua em particular sabe gastar.
em resumo, a Academia Brasileira de Letras é responsável pelas condições de analfabato retidas pelo menino de rua, desde Capitães de Areia, de Jorge Amado, de Nilson Pereira dos Prantos, com Sônia Cyntra.
DdAB
p.s.: ainda que eu tenha, por instantes, pensado que a expressão "semântica transferencial" tivesse sido inventada por mim há instantes, vi-a ser anunciada em quase dois milhões de documentos do Google e apenas 27 mil imagens. por isto capturei isto e recortei.
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