querido blog:
sigo com reflexões que me levaram a serem feitas ontem. falei do esdruxulês da forma "hora de as onças beberem água". o que eu queria mesmo ter dito era falar sobre o artigo de Cláudio Moreno do Caderno Cultura de Zero Hora do finado sábado. contra-exemplo maravilhoso este, lá dele, de um ditado que ninguém negará ser bom português. já imaginou um integrante do povão falando isto? então fui ao Google Images e achei a maravilhosa montagem que vemos com os olhos e tirei do Sapo. e tenho um conselho: procure você também e irá deliciar-se com sublimes e ridículos. entre nós, há de tudo, como pude depreender. no caso, parece que voltamos a dar em ovos. evitaria o parto convencional e permitiria inovações espantosas...
Clara Moreno, digo, o título da postagem é uma homenagem ao quarteto Alba, Branca, Clara e Nívea lá da sra. Isabel Allende. e, claro, brincalhona com o sobrenome do articulista. Cláudio Moreno, como sabemos, é, claro, da gema! por isto, ele confronta-se com uma turminha que condenou
[...] a expressão pessoa humana (sic), apresentando um argumento que lhes pareceu suficiente para fumliná-la: "Existirão por acaso pessoas suínas - ou asininas?".
Não, é claro que não, seus engraçadinhos, mas existem as pessoas jurídicas (sic), as pessoas físicas (sic), ana (sic), as pessoas divinas (sic), etc.
argumentando sofisticadamente, Moreno conclui que não há nada de errado em falar-se em pessoas humanas, e eu acrescentei as pessoas gramaticais, que são -como sabemos- três, bem na linha da pessoa divida, se bem lembro, o pai, o filho e um terceiro...
e onde mais vou eu para o assunto? um pouco de transição entre "Escritos" e "Economia Política". claro que, para nós -economistas- falar em indivíduos humanos é perfeitamente lógico. e até ouvi dizer que o prédio anexo à Faculdade de Odontologia da UFRGS não poderia ser iniciado imediatamente, pois havia tratativas para a remoção de alguns indivíduos arbóreos (os indivíduos humanos que defendiam seus colegas arbóreos não se deram conta de que um indivíduo arbóreo como os que poderiam virar lenha levam no máximo uma década para crescer. e que preservá-los sob a alegação de que eles têm sentimentos é uma brutal inversão de valores, uma enorme manifestação de antropocentrismo, somente comparável com a estupidez de posições de seu antônimo, o relativismo cultural).
pois, na linha das pessoas asininas, ouvi há tempos gente reclamando que não deveríamos falar em indivíduos, mas em pessoas. eu -amante do individualismo metodológico- claro que fiquei chocado: qual é mesmo o problema em diferenciar "indivíduo" de "cidadão"? seria o caso de mudarmos toda a literatura antiga e passarmos a confrontar pessoa x cidadão? pessoa arbórea? cidadão arbóreo, em favor do qual a negadinha entrou com uma limitar proibindo sua derrubada?
DdABp.s.: e mandei um e-mail mais ou menos com este conteúdo ao prof. Cláudio Moreno:
fiquei pensando no segundo tema, tentando puxar a brasa para meu lado -economista. fui viajar no dicionário (o melhor que tenho, para o caso é um Webster, pois meus "brasileiros" não remetem à origem), olhando de onde veio a palavra "pessoa", por aproximação, chegando em "person". claro que eu sabia ser latim, mas ganhei a viagem. cito sem formatação:
"person, n. [L. persona, lit, a face mask used by actors on the stage, hence, a character, a person, from personare, to soud through; per, through, and sonare, to sound].
1. etc."
concluo: a pessoa humana é o humano que usa a máscara (sem ironias contra os 'engraçadinhos').
em seguida, fiquei viajando na condenação que alguns fazem ao uso que os economistas dão a "indivíduo", associando-o a pessoa humana. e querem que se diga apenas "pessoa". no caso desta outra intolerância o que merece mais intolerância de minha parte é que -se ficamos querendo esquecer os grandes mestres, deixaremos de lado o confronto -no economês escorreito- entre indivíduo e cidadão. claro que o primeiro não é um indivíduo asinino, nem o segundo é uma bruta duma cidade. para os economistas mais canônicos, o indivíduo tem as ações movidas essencialmente pelo egoísmo, ao passo que o cidadão move-se por meio de motivações altruísticas.
"person, n. [L. persona, lit, a face mask used by actors on the stage, hence, a character, a person, from personare, to soud through; per, through, and sonare, to sound].
1. etc."
concluo: a pessoa humana é o humano que usa a máscara (sem ironias contra os 'engraçadinhos').
em seguida, fiquei viajando na condenação que alguns fazem ao uso que os economistas dão a "indivíduo", associando-o a pessoa humana. e querem que se diga apenas "pessoa". no caso desta outra intolerância o que merece mais intolerância de minha parte é que -se ficamos querendo esquecer os grandes mestres, deixaremos de lado o confronto -no economês escorreito- entre indivíduo e cidadão. claro que o primeiro não é um indivíduo asinino, nem o segundo é uma bruta duma cidade. para os economistas mais canônicos, o indivíduo tem as ações movidas essencialmente pelo egoísmo, ao passo que o cidadão move-se por meio de motivações altruísticas.
2 comentários:
Caro Duilio: ao ler teu blog achei muito interessante por ter sido escrito no DIA DA CONSCIENCIA NEGRA e ja disse Nelson Mandela que:..." ninguem nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou pela sua origem, ou pela sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o ódio.A bondade humana é uma chama que pode ser oculta jamais extinta."
Acredito que o grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etnico-cultural que compõe o patrimômio sociocultural brasileiro e valorizando a trajetória particular dos grupos que co~mpõem a sociedade.
Abraço
Tânia Giesta
é, Taninha:
ontem mesmo citei um pensamento similar, parece-me que Simone de Beauvoir: ninguém nasce mulher, mas é feita mulher. claro que não estamos falando de biologia, mas de cultura. eu acho que o ódio é essencialmente fruto da escassez. um dia, hemos de vencê-la. o ódio não-essencialmente devido à escassez deverá ser tratado com outros mecanismos, diversos da lei da oferta e procura. a escassez obedece a esta, inclusive os juízes que ganham R$ 30.000 e roubam dinheiro da educaçao!
DdAB
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