26 agosto, 2009

Platão e o MAL*

Querido Blog:
Se bem entendo o mecanismo de busca do Google, este é o cantor Tony Platão, em plena ação. Por seu turno, o MAL* é o Movimento pela Anistia aos Ladrões*, uma ONG destinada a conseguir que a atual geração de políticos comprometa o grau de desonestidade da próxima, por meio do simples anúncio de que, a partir de 2020, a lei do orçamento começará a ser obedecida no Brasil. Disque os teóricos desta humanitária ONG dizem que o prospecto de fazer uma carreira honesta afugentará os caroneiros da política com o mesmo vigor com que os mastins do Dr. Inocêncio afugentam os pôrco (sic) das lavoura (sic) de batata.

O CEO do MAL* informou-me ter recebido um e-mail de um grupo de 150 políticos estaduais, municipais e federais, solicitando que a campanha mudasse a data de entrada em vigor dessa campanha para 2050, quando -alegaram eles- a população brasileira ter-se-á reduzido em 15 milhões de pessoas e -com isto- todos os desonestos terão desencarnado (vi o jargão espírita direto!). Seja como for, respondi o e-mail (cc-cópia carbono para os meninos de rua) com a seguinte citação:

Sustentamos que, se um estado deve evitar a maior de todas as pragas - quero dizer, a guerra civil, embora desintegração civil fosse um termo mais adequado - a pobreza e a riqueza extremas não deveriam ser toleradas em qualquer segmento do corpo de cidadãos, porque ambas levam a estes dois desastres. Esta é a razão que faz com que o legislador deva anunciar os limites razoáveis da riqueza e da pobreza. O limite inferior da pobreza deve ser o valor das terras (holding). O legislador usará a propriedade como unidade de medida e autorizará um homem a possuir duas, três, e até quatro vezes seu valor.

Fonte: Platão, n"As Leis", segundo li (e traduzi) na p.21-22 de COWELL, Frank A. (2000) Measuring inequality. 3ed. Disponível em: http://sticerd.lse.ac.uk/research/frankweb/MeasuringInequality/index.htlm. Acesso em 20/fev/2008.
DdAB
P.S.: no caso da fazenda a que me referi acima, deve-se substituir a expressão "porcos" por "escravos" e "batatas" por "inhame".

Nenhum comentário: