Querido diário:
O aeroporto de Viracopos, em Campinas, ficou 48 horas fora de combate -pelo que diz a televisão- em resposta ao acidente que ocorreu na hora da aterrisagem de uma aeronave de carga. Catástrofe? Milhares de mortos? Nada disto. Era um avião de carga, não explodiu, nem nada, não houve vítimas humanas. Que houve?
Houve que o setor governamental que controla os aeroportos tem uma regra de pão-duro: se o avião estraga na pista, quem remove é o dono. Então o dono, que tinha feito um seguro de seu bem de capital, precisou chamar as autoridades que lhe devolveriam seu rico dinheirinho, que tomaram ainda mais algumas boas horas para fazer a tal perícia e permitir-lhe meter a mão no dinheiro. Perícia, laudo, muito tempo de tramitação. Enquanto isto, o aeroporto ficando fechado.
Seguro não é para isto e nem agência de controle de aeroportos para agir desta forma. Parece claro que é ela que deve remover a aeronave e, sendo o caso, ressarcir-se dos custos da remoção (trator?, faxineiros?).
Qual a perda social devida à incompetência do governo e ao azar que colheu o tal avião? Claro que o avião deveria ser segurado. E nós também, contra este tipo de incompetência de alguma cláusula das regras da regulamentação das atividades destes reguladores da vida terrena dos aviões.
Tampouco posso evitar de pensar no caso de uma carroça puxada por um papeleiro precavido. Ele faria um seguro e, ao ser abalroado por um caminhão, sacaria de sua apólice de seguro e chamaria os rapazes para dar-lhe o laudo que lhe permitiria meter a mão na indenização pela perda do bem de capital, do dia de trabalho e, quem sabe?, da própria vida?
DdAB
De sua parte, a simpaticíssima imagem vem daqui.
P.S.: ficou claro que o papeleiro teria apenas poucos segundos para tratar destes assuntos e sua viatura seria removida com um ciscar de vassoura?
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