28 outubro, 2012

Mensalão: o choro é 100% livre

Querido diário:
Mesmo os réus confessos para os crimes mais evidentes sempre têm uma justificativa que começa com "Veja bem". Até hoje, a única confissão sincera que ouvi foi a minha: sou inocente. Portanto, não me surpreende que o advogado do deputado João Paulo Cunha, condenado a não sei bem o quê lá naquela pantomima do supremo tribunal denominada Mensalão, já tenha avisado que vai recorrer à corte interamericana.

Primeiro, eu sugeri a extinção do supremo e, ipso facto, da corte interamericana, passando a responsabilidade pelo julgamento dos milhões de processos que se avolumam em todos os escaninhos da república à corte internaconal de Haia. esta mediaria um convênio, como sabemos, com alguma universidade escandinava oslt para que sua empresa júnior administrasse todo o sistema judiciário latino-americano. Isto implica que não levarei muito a sério nem os julgamentos do supremo nem os da corte interamericana.

Mas que fazer? Encaçapar os condenados na cadeia ou dar-lhes a second chance. Não tenho nada contra a second chance ou chances de ordem superior. O que me aperreia é que, sob o pretexto de receber a second chance, os advogados ficam protelando o triunfal ingresso dos réprobos na cadeia por milênios. Graças, claro, à inoperância do sistema judiciário, dos juízes, em particular, da falta de juízes. Se houvesse mais juízes, estes passariam a ganhar menos, não é?, e aí está o problema.

No outro dia, acenei com uma nova proposta, ainda mais barata do que contratar a suposta empresa júnior sueca oslt. É resolver todas as pendengas por meio de sorteios, usando moedas não-enviesadas. Os custos de transação reduzem-se a praticamente zero. E a sociedade, dado que cada causa representa 100% do valor de si própria (postulado da identidade), nada perderá. Com efeito, se os 100% couberem a A ou a B, ainda assim a união de A e B dá 100% do mesmo jeito. Simples, engenhoso e, como tal, revolucionário!

DdAB

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