Querido diário:
Em plena era de gritos eleitorais com carros de som e autocrítica de políticos de vários matizes, andava eu pela confluência das Ruas Uruguay e da-Praia em Porto dos Alegres, quando ouvi gritos estrondosos de "pega-pega". Escabriado como todos os demais porto-alegrenses ainda vivos (os outros já foram assassinados pelos bandidos de vários tipos), prestei atenção no que ocorria a meu redor.
Era um jovem, digamos, de 20 anos, de compleição média, fazendo broma. Pensei:
.a. se eu fosse policial enquadrava-o na hora por perturbar o sosssego público.
Mas acho que não ganharia muito lucro com isto. Então insisti em usar-lhe o talento,
.b. agora como -eu- agente de cantores de ópera, quando certamente conseguir-lhe-ia uma colocação mais rentável do que aquela a que ele se dedica. Seu vozeirão faria tremer a Filarmônica de Berlim.
Mas fazemos -ele e eu- parte do lixo urbano, de qualquer jeito.
DdAB
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