Quem me lê para cá e para lá, terá observado que, no site, tenho uma seção chamada de "Exageros Literários", o mais destacado é "que se quede el infinito sin estrellas", para o caso da perda, pelo bacán, dos olhos negros da garota. Daqui a instantes, vou acrescentar por lá uma que li hoje, ao dar uma folhada num livro ("Resssentimento") de Maria Rita Kehl, que usa como prólogo o poema "Conclusão" inteiro. Mas aqui tá apenas o verso e sua licença poética:
[...] o que não é poesia não tem fala. [...]
Pensei que meu paper em co-autoria com a profa. Brena (ver site), a ser apresentado no vetusto encontro da ANPEC do próximo dezembro, não é poesia, logo ele não tem fala. Modus ponens, modus tollens, aquelas coisas lá dela.Mas pensei em minha fala ("dê-me um jornal", "quero com gelo e limão") e imaginei que tampouco isto é poesia.
Mas também considerei possível fazer um hai-kai em homenagem à política brasileira:
Primeiro verso (momento um de pedido do eleitor ao jornaleiro)
Dê-me um jornal.
Segundo verso (momento dois: leitor comentando com o garçom)
Belas notícias, heim? Só bebendo.
Terceiro verso (momento final: garçom indaga se leitor quer pura ou com limão, ao que o eleitor responde, resignado)
Quero com gelo e limão.
DdAB
A imagem de lá saiu daqui.
E minha fonte, além do livro da profa. Maria Rita, são as obras completas de Drummond, da Nova Aguilar (2003), trascritinho na p.402.
2 comentários:
Exemplo de Modus Ponens poético:
1a Premissa: Toda rosa é uma flor
2a Premissa: Rosa é uma rosa
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Conclusão: Rosa é uma flor
Segue-se logicamente que a lógica também é poesia e portanto tem fala.
Tá bom assim?
Brena.
Tá lindo, B.P., tá lindo!
DdAB
P.S. ainda falta o modus tollens com o sr. Cravo.
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