Querido diário:
Desde ontem o noticiário fala que a garota paquistanesa que sofreu um atentado há semanas por usar... a escola já pode ser declarada fora de perigo. Esta notícia rima com outras que dão o agressor por identificado. Pouco proveito terá à garota a punição do réprobo, mas a sociedade sai ganhando com isto. O crime não pode ser impune, crime impune é um incentivo à realização de outros crimes. Pelo criminoso original ou por seus imitadores.
A impunidade é o preço do crime, com régua simétrica: quanto mais punição, menos crime. Mas um criminoso não tem liberdade para fazer o que bem entende?
Claro que tem, mas devemos ter presente o primeiro item da receita de sociedade justa dada por John Rawls: cada um desfrutará da maior liberadade compatível com a dos demais. Se, no caso, sou livre para buscar o acesso à educação e isto não ofende a ninguém, não há razão para balearem-me. Agora é que os malfeitores a Malala deveriam ter a palavra: como é que ela lhes fez mal?
Claro que não posso dizer que faz-me mal um indivíduo usar sua liberdade para comprar um avião. Eu não compraria por falta de disposição e aptidão, mas em nada me afeta (exceto, no caso, externalidades de segunda ordem) ele o fazer. Se quero justiça, tenho que ter polícia, se quero justiça fiscal, tenho que ter imposto de renda.
DdAB
P.S.: dizem que, no Brasil, não há este tipo de atentado contra os políticos especialmente porque eles fugiram da escola há muito tempo.
P.S.S. de 28/out/2012: liberdade é estratégia dominante: quer ir na escola, vai; não quer ir na escola, não vai. Agora querer impedir que terceiros vão ou deixem de ir já é bagunça.
2 comentários:
Prezado Duilio, sinto-me gratificado por ler a manifestação de um colega economista sobre a Malala. Como pai de uma menina e alguém preocupado com as igualdades e as liberdades, ainda estou em estado de estupefação diante de tamanha crueldade e covardia contra uma menina indefesa. Liderau
È vero, Liderau. Eu, que recomendo elevação de renda para tudo, fico em dúvida com minha receita quando falamos do Oriente Médio.
DdAB
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