10 outubro, 2012

Perspectivas eleitorais para nossos netos

Querido blog:
Nos dias que passaram, passaram-se várias coisas. Meu envolvimento com as eleições foi perfunctório, dado meu enorme descrédito com a humanidade:
.a. desde que o Grêmio foi rebaixado e
.b. desde que aquele tortuoso referendo sobre o porte de armas fez-se acompanhar pelo mensalão. A partir daquele ponto, retirei-me do sistema eleitoral (desobediência civil), ao qual retornei há dias. Votei para prefeito e vereador. Mas juro que não me decepcionarei, pois nada de radical espero deles. Mesmo que salvem a cidade, mesmo que a roubem.

Minha plataforma foi anunciada:
.a. voto facultativo
.b. voto distrital
.c. financiamento público das campanhas
.d. como tal, proibida a doação de empresas (e até de indivíduos) a candidatos
.e. permitida uma reeleição para qualquer cargo (vereadores, governadores), inclusive de juízes (ou seja, juízes passam a ser eleitos)
.f. convênio com a indústria farmacêutica para criarem um spray contra a pouca-vergonha.


A ela acrescentei medidas concretas:
.a. fim da Hora do Brasil
.b. legalização do aborto
.c. reformas política e tributária
.d. criação de 20 milhões de empregos no Serviço Municipal.

Segue-se logicamente que andei dando uma olhada no artigo de Keynes intitulado "Possibilidades econômicas para nossos netos", artigo de 1930, em conferência dada na Espanha. Aprendi que ali reside o lançamento do conceito de "desemprego tecnológico", o que não parece ter caído suficientemente nos ouvdos dos arautos do progressismo na sociedade. Penso nos economistas igualitaristas, nos sociólogos do trabalho e em dezenas de outras especializações profossionais que pdoeriam pensar nestas linhas para a reforma social

Basicamente, o que aprendemos com Keynes e com dezenas de comentadores é que não haverá empregos para todos, dado o nível de tecnologia que hoje a humanidade atacha a sua função de produção agregada. Para empregar todos os desempregados, seria necessário um investimento de tal magnitude a cobrir praticamente todo o PIB mundial por um ou dois anos. E seria desnecessário, pois o planeta explodiria se tantos recursos fossem mobilizados.

O mundo encaminha-sse para alguma solução em que a jornada de trabalho é que deverá ser reduzida. Ao contrário de demagogos como o sernhor Fernando Henrique Cardoso (que elevou a idade da aposentadoria do trabalhador brasileiro para 75 anos) e marginais europeus que estão crescentemente fazendo o mesmo, o que deveríamos ver seria uma redução sistemática desta idade.

É preciso que haja estudos sérios mostrando que os velhos têm produtividade inferior ao jovem, o que daria elevação total da produção com esta mudança. E não seria nada mau que um indivíduo humano trabalhasse, digamos 15 anos (dos 25 aos 40) durante seu ciclo de vida. Para não falar nos filhos dos ricos que nunca trabalham, podemos pensar em outro tipo de gente que faz uma fortunazinha e depois passa a dilapidá-la.

O que achei interessante na derrota eleitoral do candidato Adão Villaverde, do PT porto-alegrense, foi que o jornal que costumo ler noticiou como: "No lugar de Dilma, eu agiria diferente". Refere-se ele à baixa participação dela na campanha. Eu fiquei pensando: "N o lugar do PT, eu teria agido diferente", quando pilhas de pessoas disseram que era um fria aquele negócio de "candidatura própria". O que queriam agora, depois que todos avisaram? Que revertessem os resultados e o PT pudesse ter ganho? Contrafactual assim já é demais.

Mas tem algo mais interessante na entrevista da p.6 de Villaverde. E eu, valorizando sua manifestação, retiro-a um pouco do contexto local. Vejamos:

[...] precisa se sintonizar de novo, reamarrar os laços, recuperar e atualizar seu projeto de acordo com os interesses da

Eu deixei em branco para acrescentar: da humanidade. Parece mesmo ter chegado a hora das forças populares (quem, quem?) incorporarem estas novas palavras de ordem: menos emprego, mais renda. Parece ter chegado a hora de lançarmos o Serviço Municipal, inserido na Brigada Ambiental Mundial voltada à ocupação da mão-de-obra prestadora de cuidados pessoais e ambientais com: .
1. três horas de ginástica por dia (para manter a coluna ereta)
.2. três horas de aula por dia (para manter a mente quieta)
.3. três horas de trabalho comunitário por dia (para manter o coração tranquilo).

É preciso engajar o povo na atividade social de geração, apropriação e absorção do valor adicionado. E preparar a sociedade para expandir as transferências interinstitucionais, tornando-as maiores do que o próprio valor adicionado!
DdAB
Imagem: abcz.

2 comentários:

Anônimo disse...

Primeiro gostaria de comentar que a sua plataforma é bastante ousada e, por que não dizer, desagradável aos olhos dos jogadores da política tradicional. Confesso que sorri com a propostas de juízes eleitos, seria algo interessante de se ver.

Mas de fato é uma crítica bem profunda, sei que já disse isso diversas vezes, mas sinceramente acredito que todo o povo tem o político que merece. Acho até que antes mesmos de reformas políticas deve haver reformas na cultura (se é que isso é possível).

Enfim, outro abraço.

DSC

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

É certo, Daniel:
existe um nó da "causa da causa": os maus políticos são eleitos por quem não sabe votar. E o povo não consegue votar com galhardia porque os políticos não gastam o suficiente em educação.
DdAB