Taxa percentual de desemprego de pessoas economicamente ativas com menos de 25anos de idade, com ajuste sazonal
Países | Agosto/2011 | Agosto/2012 |
Grécia | 45,8 | 55,4 |
Espanha | 47,2 | 52,9 |
Portugal | 30,3 | 35,9 |
Irlanda | 30,6 | 34,7 |
Itália | 28,9 | 34,5 |
Suécia | 22,2 | 25,7 |
França | 22,1 | 25,2 |
Grã-Bretanha | 22,0 | 21,0 |
Holanda | 7,5 | 9,4 |
Há duas rimas importantes para estes números, além da ironia de que o presidente do INSS está para ser demitido do cargo por razões que desconheço, mas intuo: incompetência da repartição.
Primeira rima: Brasília. No caso, rima com George J. Stigler. Explico-me. Stigler disse num local que direi um dia desses que qualquer modelo econômico cujo coeficiente de determinação (r^2 ou R^2) é menor do que 0,5 deve ser substituído pelo lançamento de uma moeda não-viesada. Boazinha, né? Uma coisa é usarmos a retórica e outra é sermos burros (retoricamente), pois Leonardo Monastério já mostrou-me algo educativíssimo aqui sobre o significado deste coeficiente. [Ver P.S. acrescentado às 16h57min de 5 de fevereiro de 2021]
Claro que não vou propor o mesmo para o caso do supremo tribunal. Neste caso -como sabemos- sou mais radical, recomendando é seu fechamento. Mas às vezes dá para pensar se não seria o caso de termos as decisões judiciais tiradas na base da cara-ou-coroa. Na linha do trade, tariffs and theft, do afamado artigo de Gordon Tullock, a sociedade não sai perdendo nada quando um ladrão rouba tua televisão (mais rimas...). Mas perde se ele tem a ideia macabra de comprar um pé-de-cabra (e ainda outra) e perde mais se ficas injuriado e compras um cadeado. Mais ainda se ele reforça o pé-de-cabra, e assim por diante. Ou seja, tens um problema com teu amigo? Bota na justiça, que ela resolve por sorteio. Se já fores direto resolvendo com o amigo sem recorrer à justiça, a moeda não-viciada substitui com enormes ganhos de escala a pantomima protagonizada pelo poder judiciário.
Este caso deixou-me novamente estupefato ao ver os escores dos jogos de ontem do julgamento do Mensalão: 5 x 5 aqui e ali. E ainda mais: ministros que votaram no Grêmio passam agora a votar é com o Internacional. E os que apoiaram o Inter passam agora a votar de acordo com o figurino tricolor. Pode? Bebe-se, bebe-se e nada acontece...
Segunda rima: acima da tabela que, modestamente, levou à acima (rima com acima veio cedo), há uma foto com dirigentes da União Europeia, recém laureada com um prêmio nobel daqueles que já foi empalmado por Jimmy Hendrix (Al Gore?) e George Clooney (B. Obama). O que acontece é que a melhor política econômica para combater aquele avassalador desemprego não pode ser simultaneamente o aumento do gasto e a sua redução, o aumento da oferta monetária e sua redução, o aumento dos impostos ou sua redução. A cada par, uma e apenas uma é que seria sorteada com o lançamento de uma moeda não-viesada. Deveriam usá-la e parar com a fofoca.
Mas há ainda um texto em prosa que é mais do que justificado: quando digo que a humanidade deve:
.a. dar solução radical ao problema das drogas (a mente desocupada é a oficina do diabo, ou seja, jovem desempregado bem pode tornar-se consumidor de drogas pesadas, leves e médias) e
.b. dar solução radical ao problema dos anos de inserção dos indivíduos humanos no mercado de trabalho, levando-os a trabalhar não mais de 20 anos durante seu curso de vida; o grande problema do INSS não é que o pessoal poderia aposentar-se com 50 anos, mas que políticos de várias idades passam a mão nos recursos escassos.
Muitos acusam-me de dreamer. Ao que eu respondo: but i'm not the only one.
DdAB
P.S. Às 16h57min de 21 de fevereiro substituí a ilustração da postagem de hoje à qual cheguei por estar procurando uma citação que devo ter feito de George J. Stigler. A ilustração original, já não lembro qual, era um vídeo possivelmente retirado do YouTube e tinha a informação de que o material fora retirado pelo autor à conta de direitos autorais não cumpridos. Que fiz? Deletei-a e substituí pelas figuras originais do artigo que refiro e que vêm a crédito de Leonardo Monastério. Tá lá em cima. Dá pra ver que é genial. E não é um breve contra o r^2 ou o R^2, claro, mas é breve importante contra não plotar dados. No caso da regressão múltipla, claro, o mínimo a postar é a variável explicada como função daquela que achamos a mais importante entre as explicativas.
Importância do coeficiente de determinação para avaliar modelos. Análise de regressão, correlação, gráfico de diferentes formatos com o mesmo r². "Por que r2 não é tudo para julgar regressoes".P.S.S. O gráfico que nos ilustra chama-se de "quarteto de Anscombe" e vim a obtê-lo do site de Leonardo Monasterio, conforme referi no P.S. anterior.
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