29 maio, 2012

Reputações Ilibadas

Querido Diário:
Quatro próceres da república têm reputação ilibada, como requer o exercício dos cargos: presidente, ministro disto e ministro daquilo: Lula, Márcio Tomas Bastos, Nelson Jobim e Gilmar Mendes. Tanto é que três deles envolveram-se num bate-boca de fazer corar cavalo de estátua equestre (a que ainda terão direito, se não escrevo por linhas tortas). O quarto, ao contrário, celebrizou-se nos dias que correm por recomendar mutismo a seu cliente, o sr. Charles Falls.

Cacheira foi ministro da justiça, digo, Márcio é que foi e Cachoeira seguiu por lá seus cursos dágua, se não me faço piegas. A altercação entre Lula e Jobim versus Gilmar é de amargar. Diz-que-diz associado aos dois grandes eventos da nacionalidade contemporânea: o julgamento de um processo de corrupção e nada mais nada menos do que... outro. Fora os outros milhares que estão na retaguarda e outros milhares que ainda não despontaram.

De tudo o que mais me deixa acamado é o do ministro Sticks. Disse-me o jornal um dia destes que ele foi contratado pelo sr. Falls por R$ 16 milhões para defender-se, digo, defendê-lo, sei lá. Eu me defenderia galhardamente com estes milhõezinhos. O ponto é velho e começou com a filosofia do menino de rua. No caso, a questão nem é tanto que o menino de rua não tem o direito de estar na rua, mas -ao contrário- ele tem o direito de não-estar na rua. Tinha que ter uma sala de aula para ele, essas coisas. No caso do sr. Sticks, o caso é o mesmo: não que o sr. Carlos Cachoeira não tenha o direito de ser defendido, mas o ex-ministro da justiça também teria o direito de não defendê-lo. Quantos casos chegaram-lhe às mãos e ele passou a bola? Quantos milhões, quantos milhinhos?

DdAB
p.s.: esta foi a primeira imagem que o Google ofereceu-me quando pedi: "agatunados".

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