Bem sabemos quanto admiro o livro de microeconomia de Samuel Bowles, que -no outro- dia passei o link para quem quiser lê-lo em espanhol, da Universidade de los Andes. Nem sei se deixei bem claro que há anos deixei outro link para a versão em italiano, na Universidade de Siena. nas p.3-4 do livro em inglês, consta o parágrafo que abaixo transcrevo da edição em espanhol.
La obra de Sokoloff y Engerman (2000) sugiere la constante importancia de las instituciones en relación con un análogo revés de fortuna del Nuevo Mundo. Estiman que en el año 1700 el ingreso per cápita de México era aproximadamente el de las colonias británicas que se iban a convertir en Estados Unidos, mientras que Cuba y Barbados tenían de nuevo al menos la mitad de riqueza. A finales del siglo XVIII Cuba tenía ingresos per cápita ligeramente mayores a los de Estados Unidos y Haití, probablemente era la sociedad más rica del mundo. No obstante, a inicios del siglo XXI el ingreso per cápita de México era inferior a un tercio del de Estados Unidos y el de Haití era aún menor. En una serie de documentos, Sokoloff y Engerman suministran la siguiente explicación.5 En partes del Nuevo Mundo en las que se podía cultivar azúcar y otros plantíos (Cuba y Haití) o en los cuales los minerales y el trabajo indígena era abundante (México), las elites económicas contaban con mano de obra en garantía o esclavos y consolidaban su poder y privilegios materiales por medio de instituciones altamente exclusivas. Estas instituciones restringían el acceso de los menos favorecidos a la escolaridad, tierras públicas, protección de patentes, oportunidades empresariales y participación política. En consecuencia, durante los siglos siguientes, incluso después de la desaparición de la esclavitud y de otras formas de trabajo forzoso, las oportunidades de ahorro, innovación e inversión fueron monopolizadas por los más prósperos. Él alfabetismo permaneció bajo y la tenencia de tierras estaba altamente concentrada. Como la fuente de riqueza cambió de la extracción de recursos naturales a manufactura y servicios, estas economías altamente desiguales se estancaron mientras que las economías mucho más inclusivas de Estados Unidos y Canadá crecieron rápidamente. El modo en que sus instituciones menos exclusivas contribuyeron al éxito de estas economías estadounidenses sigue siendo obscuro, pero una hipótesis plausible es que el acceso más amplio a la tierra, las oportunidades empresariales y el capital humano estimularon el crecimiento.
Aquele negócio de alfabetismo deve ser analfabetismo em português, pois em inglês é 'low literacy'. Lá no tempo antigo, houve discriminação contra os pobres, sendo estes impedidos de acessar a escolarização, as terras públicas, a proteção das patentes, as oportunidades empreendedoras e a participação política. Daí, os melhores-de-vida é que aproveitaram as oportunidades de poupar, inovar e investir. Eu sempre disse que a poupança dos ricos é o sacrifício dos pobres. E Kalecki falava aquela coisa de que os trabalhadores gastam o que ganham, ao passo que os capitalistas ganham o que gastam.
Mas tem mais Bowles. Diz ele que, como resultado desse quadro que quotei em português, que as fontes da riqueza se deslocaram da extração de recursos naturais para a indústria de transformação e os serviços, estas economias altamente desiguais estagnaram, ao passo que as economias muito mais inclusivas dos USA e Canadá cresceram rapidamente. Ou seja, ele está afirmando que recursos foram transferidos para a transformação e os serviços (digamos, material de transporte e estradas de ferro). Ponto para a indústria (e as ferrovias inglesas ligando as lavouras de café). Mas não está afirmando que o problema ocorreu porque os recursos sumiram da indústria. E sim que uma hipótese plausível para contrastar o ocorrido é que nas economias portadoras de instituições menos excludentes (IME) houve acesso menos restritivo à terra (AMRT), às oportunidades empreendedoras (OE) e o capital humano (CH). Onde é que está o papel da indústria? Onde, onde? Parece que a formalização agora é (com g sendo a taxa de crescimento da economia):
g = g(IME, AMRT, OE, CH)
com funções de funções implícitas. Obviamente, dg/dIndústria = 0 neste modelo. Só seria positiva, como diria um exímio jogador de snooker, por tabela. Claro, se cresce o PIB, tudo cresce, inclusive a indústria de transformação. A menos que as importações se tornem mais baratas do que o similar nacional.
Parece que Bowles e sua dupla (Sokoloff e Engerman) acham que é mais fácil um ser humano fazer um moinho de trigo (ou milho) do que o moinho fazer o ser humano. Capital humano é a diferença, pois ele faz também as instituições. Que, no caso, podem contribuir para fazer o capital humano de volta. Qual a causa de termos tão maus políticos? A falta de educação do povo. E a causa da causa? Claro que os políticos ladrões, ou seja, todos.
DdAB
e o artigo deles está aqui. e eu pensei que todo o JEP fosse grátis. vou tentar campeá-lo.
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