querido diário:
o ministro Fux (undécimo e recém nomeado para o poder judiciário), nos pênaltis, restaurou a democracia! como é que poderia uma cáfila de neguinhos serem ladrões e estarem cumprindo mandatos parlamentares eletivos e outra -de igual ou maior porte- malta ter sido eleita pelo Povo (com "p" maiúsculo, por ironia relativamente aos mandantes e solidariedade aos desvalidos) e impedida de ganhar seu "salário" regulamentar compatível com suas atividades. uma vez que desespero não desempata partida de futebol, tento aprumar-me e lançar à blogosfera algo mais construtivo do que simples lamentos.
consideremos os rígidos critérios para nomeação de uma advogado para a sinecura ministerial: reputação ilibada, destacado saber jurídico, exemplar história de vida (privada e pública), essas letras mortas. quando começa muito empate nas votações, uns 5/11 ou 6/11, sugiro o seguinte procedimento para levantar o empate (o equivalente dos pênaltis do ludopédio). chama-se o diretor da Casa da Moeda, instando-o a portar consigo a moeda perfeita. roga-se-lhe que a lance desenviesadamente. se der cara, ganha o 5/11, se der coroa, ganha o 6/11.
em outras palavras, onde falha o saber jurídico, que entre em ação a lei da distribuição qui-quadrado e outras aparentadas. agora, aparentemente todos os juízes são de acordo que seus colegas políticos deveriam ater-se à lei do orçamento. então por que não se a cumpre? por tudo isto, fiz mais um haikai:
FICHA LIMPA
sou pelo cumprimento
nem podia deixar de ser
da lei do orçamento.
be however it may, tanto ou mais do que a validação dos votos em neguinhos que a impresnsa batizou de "ficha suja", e que eu sempre intitulei de "chapa branca", quem verdadeiramente chocou-me hoje ao ler Zero Hora, foi a morte de Eliçabete Alfaiate (tradução não-revista). agora não lembro se Ricardo Furtado (idem) -por quem nutri indisfarçado ciúme- era apenas Oxford ou -sublime delírio divino- também St.Peter's.
nesta linha, preocupadíssimo com o passamento de minha atriz dileta, olhei mais detalhadamente o Caderno de Cultura de Zero Hora. mas, ao invés de alegrar-me, fiquei arrepiado com alguns dos lugares comuns que li, relativamente ao fato. no primeiro deles, fala-se do filme "Assim Caminha a Humanidade". fala-se da "figadal rivalidade" de Rock Hudson "com o ex-empregado Jett (James Dean), rapaz que enriqueceu após descobrir poços de petróleo. Rivalidade esta que tem como combustível a permanente tensão erótica entre Leslie e Jett." esta do petróleo e o combustível é de fazer chorar. mas não paremos por aí...
na mesma página, fala-se direto: "Ao se apagar a luz dos olhos violetas de Elizabeth Taylor, boa parte do brilho da época de ouro de Hollywood também se extinguiu". este é um lugar comum mais comum do que o anterior. o anterior relembra-me do estilo inesquecível de Lourdette Hertel. por puro acaso, vi Liza Minelli falando algo parecido, tipo "Hollywood perdeu parte de si", sei lá.
agora, nem todo o lugar comum é mal-visto por pessoas de fino trato. por exemplo, no caderno principal, p.14, há uma manchete noticiando que o endiabrado deputado Índio da Costa, que era do Partido Democrata/ático (?) e candidato derrotado, com José Serra, à vice-presidência da república do combalido (epa, os lugares comuns me assolam...) país. diz a chamada: "Mais um na Tribo". e a manchete: "Índio da Costa irá para partido de Kassab". será que nem todo lugar comum é lugar comum? será que o partido de Kassab baila com o "Demo" como se baila na tribo?
DdAB
p.s.: a foto, que capturei do Google Images com "pescara cesare battisti", parece ser uma casa da Via Cesare Battisti, em Pescara. ou não é e não lembro mais de nada. obliteração anti-democrática é o nome científico do mal que me aflige por ver tantos meninos de rua no Brasil e os réprobos ganhando R$ 30.000 ou mais. por que evoquei aquela via em que transitei há um ano? porque prevejo que o próximo voto do dr. Fux será a extradição do xará do advogado italiano, também italiano, mas apenas este sitiado no território brasileiro.
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