querido diário:
como sabemos, no Brasil não existe salário mínimo. o que existe é um arremedo de estabelecimento de um piso de remuneração para os trabalhadores ativos. que nunca foi (nem foram, by the way) grande coisa. poder aquisitivo irrisório, ridiculamente baixo, se comparado com as remunerações dos governantes. não foram, repito, pois a plebe rude, no dizer do Arq. Billy Blanco, é rude mesmo, é analfabeta, é desnutrida. é obesa (hoje em dia), é desejosa de mandar o filho estudar no Beto Carreiro ou na Disneilândia, odeia que seus filhos fiquem vivos, essas coisas.
quando se aposentam, seguem ganhando uma miséria, pois a produtividade média alcançada pela economia brasileira não permite a ninguém alçar-se a planos de consumo mais refinados. além disto, tem gente que ganha a renda básica, que também -dor e delícia- deveria ser expandida.
então já contei dois salários mínimos: o dos trabalhadores e o dos não-trabalhadores, isto é, da negadinha aposentada. aposentado não é trabalhador. portanto falar em salário mínimo para eles é atentar contra a semântica. mas deixemos assim. neste caso, proponho que os aposentados sigam recebendo seu salário mínimo e que os trabalhadores ativos sejam regulados por um "salário industrial" descolado do primeiro. este seria voltado a elevar a produtividade. sabidamente, firma que não consegue pagar os R$ 600 prometidos pelo economista José Serra, enquanto candidato (novamente) a presidente da república e se não for autorizada a deter escravos ou remunerados com montante inferior a esses R$ 600, vai fechar. melhor fechar do que comprometer a eficiência generalizada do sistema. se fechar, aquele capitalzinho será vendido a preço ínfimo (que é o que vale mesmo) e a rentabilidade subirá e permitirá que outro negócio tendente ao crescimento apareça instead.
pois esta recente queda de braço do governo Dilma, exigindo que o salário mínimo ficasse na cifra de R$ 545 planejada pelo FMI, ou seja, pelas autoridades governamentais brasileiras, foi interessante. ela tem duas consequências interessantes. a primeira é que algum político iluminado poderá ter a ideia de desvincular joio e trigo. joio é o salário mínimo, sei lá. ele deve atender a requisitos diferentes do que o trigo, ou seja, do que a remuneração dos aposentados. talvez o aposentado nunca devesse receber aumentos maiores do que o crescimento da renda nacional. talvez até pudessem, de vez em quando, um brinde, uma remuneração natalina, uma coisa destas, de vez em quando. eles não podem ser os assassinos da galinha que deposita ovos dourados. por falar em assassinos, precisávamos decretar o assassinato polítoco do senador Paulo Paim, ínclito defensor dos direitos dos aposentados, sem saber o mínimo de economia política e mal sabe ele, portanto, que está lutando pelo atraso, pela manutenção do Brasil no ridículo nível de produtividade do trabalho que luminares da política e do empresariado de seu escol plantaram nesta terra descoberta por Cabral (agora estamos com Juca Chaves e Juscelino Kubitschek, o presidente "bossa nova").
segundo. com esta enquadrada que o governo da presidenta deu no PDT (ou vota conosco ou abandona as benesses de pertencer à situação), ou seja, quer cargos no governo, vota com o governo, prevejo que tudo pode mudar. que o orçamento público possa ser a melhor estratégia que os deputados e senadores poderão utilizar para defender-se do rolo compressor lançado sobre eles pelo poder executivo. tinha que ter um jeito de eles entenderem que se eles não roubaram sua vida não precisa ser um inferno, bastando que eles impeçam os demais de também roubarem.
DdAB
imagem: procurei "dilma enquadra pdt". por engano, fui para a Web e não para a Images. vieram pilhas de citações. passei ao buscador de imagens, nada veio. mas a primeira da Web era "dillma tenta enquadrar Lupi". busquei imagens. a que exponho é a primeira que o Google ofereceu-me. ver: http://www.manoelafonso.com.br/?conteudo=capa&data=20110215. não sei se é o ministro Lupi, não lembro de tê-lo visto. tê-lo? "de o ter visto"? acho que o português brasileiro manda: "ter visto ele". eta, brasileirada! tem que pagar por ter deixado fecharem os colégios, as escolas, as estradas, os ônibus escolares.
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