15 março, 2011

Soneto do Dois De Dois

querido blog:

tornei-me poético. do melhor jeito que posso. emocionei-me com um número finito de telefonemas que hoje vim a receber. isto que o dia não está nesta parte do planeta nem há 12 horas. seja como for, arrisco-me, inclusive a receber acusações de plágio, pois
.a. este original de Adalberto de Avila -precisamente por ser original- ainda não fora divulgado
.b. esta de "luas surgirem no formato de tamancos" (sic) é casca grossa, e publico
seja como for, dou a público, a certo e especial público:

Soneto do Dois De Dois
Adalberto de Avila

Lá vem a Lua surgindo
Redonda como um tamanco.
Se não me deres um beijo
Eu te digo um desaforo.

A la veca vica voca.
Voca voca. Voca vuca,
Que não te falo de vaca,
Pois a goiabada em curva

Me fez tontear feito ferro.
Eu, que não uso gumex,
E de boi têm-me chamado.

E esta luta ao luar
Com minha nova bicicleta?
Quase vou panela adentro.

desnecessário dizer que poderei enfrentar problemas por causa da divulgação deste tipo de arte. arrisquemos. sigamos. garbosos. glabros. além disto, um soneto intitulado "dois e dois" pode receber interpretações matematicamente erradas. afinal, dois e dois são "2 + 2"? ou "2 * 2"? ou "2^2"? que tal "64" (no caso, um velhinho de sessenta, com sua velinha sentado durante quatro anos). ou algo ainda pior: algo encontradiço na tradição de soneteiros como Jorge Luis Borges (e, hopefully, outros), fazendo o que chamamos (we, the people) de rima paupérrrima, pois nada rima. em outras palavras, há 14 palavras completamente assonantes entre si. nomeadamente, surgindo, tamanco, beijo, desaforo, voca, vuca, vaca, curva, ferro, gumex, chamado, luar, bicicleta e adentro. adeus.
DdAB
p.s. achei que o melhor mesmo para uma postagem deste calibre (quilate) seria ilustrá-la com algo totalmente meu: uma foto. e vou aproveitando para esclarecer aquela velinha chamejante: ontem cumprimentei o econ. Daniel Simões Coelho (aqui) por seu aniversário. acender as velas já é profissão. Zé Quéti?

4 comentários:

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

francamente, sem comentérios.
DdAB

Anônimo disse...

hahahaha

Duilio, muito obrigado. Estive pensando emquanto os colegas de turma me presenteavam com um bolo e a canção dos parabéns que depois de certa idade não se acendem mais velas.

Não sei o verdadeiro motivo disso e nem quem inventou essa história da vela no bolo.

Quanto ao poema, fantástico, quanto a homenagem, sensacional.

Vou agora tratar de comprar meus cosméticos da linha anti rugas e seguir em frente nas prosas econômicas.

hahaha

Abraços

DSC

Tania Giesta disse...

Duílio: em resposta ao questionamento de teu colega Daniel S. Coelho sobre quem inventou essa historia de vela no bolo ? aqui vai a explicação que dou para meus aluninhos :
Originou-se na Grécia e era para proteger o aniversariante de demonios e garantir segurança no ano vindouro.faziam bolo de mel, redondo como a lua e iluminado com velas eram colocados nos altares do templo de Ártemis.
As velasacesas s~]ao dotadas de magiaespecial para atender pedidos. Abraços

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

querida/o:
obrigadíssimo pelos comentários muito bondosos. se virem novamente a postagem perceberão que fiz mudanças editoriais nem tão negligíveis assim. para fins de originalidade e plágio, deixemos claro que a versão final pintou no horário em que eu clicar.
DdAB