Enquanto modesta homenagem à classe trabalhadora mundial, faço as reflexões que seguem. Daqui a quatro dias, celebrar-se-á a data de nascimento de Karl Marx (05/05/1818). Não custa evocar que foi ele mesmo que disse:
Trabalhadores de todos os países, uni-vos.
Com a ameaça de perder o controle da inflação, o Banco Central do Brasil, como sabemos, elevou a taxa de juros em seu programa de metas de inflação há alguns dias. Eu vira gente expressando a necessidade de reduzir o emprego, a fim de fazer a inflação cair. Na hora, achei que seria alguma piada de mau gosto, baseada no modelo conhecido como curva de Phillips: quanto maior o desemprego, menor será a inflação. Depois do artigo que observou esta regularidade, muita teoria surgiu a respeito. E uma coisa absolutamente não certa é afirmar que basta elevar o desemprego (como?, gastando menos?), o que fará os preços cair.
Eu bem disse pensar que este tipo de raciocínio é simplório. Sem falar que, se fosse verdadeiro, poderíamos pensar em reduzir o emprego (elevar o desemprego) elevando o salário mínimo. De quebra esta medida teria como consequência a indução da elevação da produtividade do trabalho. Como todos sabemos, quanto maior a produtividade do trabalho, menores serão os preços, o que significa, no caso, combate direto à inflação.
Às vezes, digo cada coisa que temo ser confundido com um neo-liberal, como já me acusaram o prof. Vanderlei Amboni (aqui e 'resposta' aqui) e milhares de outros. No presente caso, mesmo aquela esquerda que considero fora do baralho (ou melhor, que atrasa as reformas democráticas que poderiam conduzir ao socialismo) haveria de concordar com o que falo, apenas na parte de que é sempre desejável elevar o salário mínimo. O que eles não têm claro é que, com a maior das probabilidades, elevar o salário mínimo -quase sempre- implicará reduções do emprego: lei da oferta e procura.
Mas o que a esquerda igualitarista diz é que quanto menos trabalho, melhor: deixe os homens jogar cartas e as máquinas trabalhar. Ocorre que aí é necessária a transformação das instituições de sorte a permitir que os jogadores de cartas fiquem com parte do valor adicionado na sociedade que eles ajudam a moldar.
DdAB
P.S.: neste 1st de maio de 2013, deixo como desafio a atribuição da autoria do quadro que nos encima. Dou duas dicas: não é Cézanne nem Botero. Picasso, Rubens, Turner? Chi lo sa?
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