Querido diário:
Bem já conhecemos (citado aqui) minha predileção pelo livro
ASIMOV, Isaac (c.1978) O colapso do universo. São Paulo: Círculo do Livro.
Volta e meia dou uma olhada nele, pois tendo a classificá-lo entre meus livros amados: ciência para o layman e ficção para o também.
Hoje estive olhando a p.103 e vi uma anotação que eu mesmo fiz e esquecera. Diz ele:
No universo, como um todo, os objetos grandes são sempre excepcionais e menos comuns que os objetos pequenos da mesma categoria. Existem menos animais grandes que animais pequenos (compare-se o número de elefantes com o de moscas), menos rochas grandes que grãos de areia, menos planetas grandes que asteróides pequenos, etc.
E segue. Eu anotara: "a exceção humana tem a ver com as economias de escala e a concentração." Hoje fiquei pensando: concentração, concentração? que terei querido dizer com isto? Talvez uma velha interpretação que aprendi com Chris Freeman, velha, no sentido de 1977/8. Eu já escrevera minha dissertação de mestrado porto-alegrense em que estimava funções de custos de longo prazo, ou seja, investigava se havia ou não economias de escala em frigoríficos. E fiquei atiçado quando ele falou isto: a importância de sabermos se há ou não economias de escala é para entendermos se o sistema está ou não se concentrando. Economias de escala e concentração!
E que tem isto a ver com Azimov? Parece-me interessante percebermos que a vida, neste projeto que desafia a entropia, ao contrário, revertendo-a, organizando fragmentos expressivos de matéria, dando-lhes funcionalidade e complexidade, além de exibir esta concentração física (milhões de tipos diferentes de seres vivos) também permitiu a criação de outras formas de organização. Penso "nas organizações", nas instituições. Há instituições mesmo em outros animais não-humanos, mas certamente as criadas pelo homem são de pasmar. Começa pela linguagem, talvez a mais fenomenal de todas, mas não para. Falando na economia, os limites do tamanho da empresa e suas técnicas organizacionais estão longe de ver um final melancólico. Pelos indicadores convencionais, a concentração do capital segue atuante.
DdAB
Imagem aqui.
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