29 maio, 2013

Continuidade no Governo? Nada do lado de baixo do equador

Querido diário:
Meus "formadores de opinião" são um ou dois jornais que leio mais ou menos sistematicamente, uma ou duas revistas e dois ou três boletins, jornaizinhos, essas coisas. Segue-se que ontem li o Boletim APUFSC - Sindical, datado de 23 de maio. E segue-se que nas pp.6-7 lê-se a segunda parte de um artigo do prof. Helton Ouriques em que ele lamenta:

Afinal, penso que é obrigação das autoridades fazer o mínimo: responder ofícios, requerimentos e memorandos. Sequer estou discutindo o mérito das respostas.

E que está em pauta? Em 2009, uma instância da administração superior da UFSC aprovou, entre outras demandas, a contratação de 15 professores para o Departamento de Economia e Relações Internacionais. Pintaram os concursos para toda a UFSC e os governantes (em minha linguagem) esqueceram o que haviam prometido e não concedeu nenhuma vaga para os pleiteantes que, a estas alturas, já sustentavam o curso de Relações Internacionais, que chegara a formar sua primeira turma.

Claro que existiu irresponsabilidade dos governantes em prometer coisas e esquecer de colocar no orçamento da instituição. Ou seja, um sistema de administração do "aprova o que não vai ser cumprido em nossa gestão, do mesmo jeito".

Inspirados em algum autor relevante para os fins propostos, consideram que responder ofícios, memorandos, seria uma desmoralização, um instrumento para que se entre na justiça que, de sua parte, levaria entre 100 e 250 anos para julgar os processos. Com efeito, expandindo o olhar para o estilo nacional, torna-se patente que a continuidade no governo é tão baixa que até os cargos em comissão mudam ao sabor não apenas das coalizões partidárias que compartilham o butim, mas até dos grupos, subgrupos e famílias que dominam a encrenca toda.

DdAB
Imagem maravilhosa: veio daqui. Lá no site dá a legenda "Produção das crianças sobre a Ponte Hercílio Luz". Crianças da Escola dos Sonhos, juro.

P.S. Por falar em linha do equador, lá no Equador, o presidente entra em seu terceiro mandato. Eu, que sou contra a pena de morte e mesmo castigo físico, valho-me da metáfora de que ele deveria mesmo era receber umas boas chineladas para reduzir sua cara de pau. Como é que um político dá tanta importância ao cordão dos puxa-sacos e aceita seus argumentos de que ele é indispensável, já que Simão Bolívar corre pelos eternos campos de caça? Um dia, a Carta Capital ensinou-me que o problema com o chavismo não era ditadura mas o monopólio do poder que impediria o surgimento de novas lideranças. Nada mais clarividente, pois o tal Maduro é um arremedo e o Chavez está ou na cova ou na TV. Eu já acho, agora, depois de tudo, que esse negócio de um congresso aprovar absurdos não é bem democracia. A causa é a estupidez eleitoral dos que ganham menos de um salário mínimo, pelo que entendo. E a causa da causa é que os políticos e seus familiares têm um intenso apego às sinecuras, tranquibérnias, veniagas, mesmo não conhecendo o significado de dicionário destas palavras.

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