No outro dia, estava eu distraído, tentando mastigar -à liquefação- minha granola matinal, no hotel, quando alguém (possivelmente de cultura da colônia alemã) segredou a outra descendente:
Não recomendo que proves esta cuca com linguiça.
Antes do derrubar o segundo copo, ainda ouvi-a dizendo, muito fraternalmente:
Em compensação, podes te atirar neste bolo de mandioca com nata e melado.
Daí para frente, não ouvi mais nada, mas ficou claro que as comparações interpessoais de utilidade são perfeitamente possíveis, pelo menos na espantosa maioria dos casos. O exemplo extremado de Hargreaves-Heap e Varouvakis é que Bina e Dino devem concordar (na maioria dos casos) em que ambos preferem passar as férias em Veneza a serem fritos em óleo quente.
DdAB
Imagem: aqui. Esqueci de falar que ambos bebiam seu cafezinho com leite em xícaras de volume várias vezes superior ao da imagem de lá de cima.
P.S. (acrescentado às 20h10min de 31/maio/2013: E que tal esta de "Anna", do disco dos Beatles intitulado "Please, please me". Primeiro como é que pode alguém pedir que o/a outro/a o/a agrade? Como o/a outro/a deve agir para fazê-lo? Conhecerá ele/a a função utilidade do/a primeiro/a? Segundo o rapaz diz a Anna: "[...] I still love you so, but if he loves you more than me, so I will set you free, go with him." E qual seria o utilitômetro que Anna estaria usando para saber em qual caminhãozinho depositar sua areia?
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