12 setembro, 2012

Português Brasileiro 1 x Futebol 1 (?)

Querido diário:
Desde que o mundo mudou, tenho muita dificuldade em ajustar meus conhecimentos ao que tem vindo, um problema que herdei de David Hume, com sua devastadora crítica à indução. Falo agora de uma continuação da postagem de ontem, quando tivemos uma linda lição do prof. Conrado, o que não me impede de arrepiar-me com relação não apenas a meus próprios erros (escrever 'arrepiar-me', por exemplo) quanto aos erros de terceiros.

No caso, não sabemos 100% se é erro ou se erro eu, ao avaliar coisiquinhas da p.50 de Zero Hora de hoje. A propósito, quando digo que 'leio Zero Hora', quero dizer uma fração do jornal bem menor do que os 100% da leitura plena. 50? Talvez em torno disto, até menos, pelo que uma estimativa preliminar levou-me a crer. Então vejamos se há erro aqui:

Não durou quase nada os efeitos negativos por força do jogo contra a África do Sul.

Fala-se de futebol, uma das seções do jornal que me vê com menos assiduidade, quase nunca. Mas volta e meia chego a ela, quase sempre por distração, vira página daqui, vira dali, chega-se lá. Esta parte da p.50 tem a assinatura de Ruy Carlos Ostermann, e se chama "Gol de letra". Gol contra, claro. Mas não saberemos jamais, a menos que indaguemos a ele se há erro aqui:

[a] grande mudança que o público assistiu com entusiasmo e aplausos.

A veritá é que o verbo assistir, no sentido de 'estar presente' requer uma preposição: "assiste-se ao jogo", mas "entusiasmo e aplausos" é que podem ter sido os responsáveis pelo despertar da seleção brasileira que empurrou 8 x 0 na chinesa. Os chineses, aparentemente, se esmeram por maximizar nossas exportações de gols. Voltando a Macau, digo, ao português alheio a Portugal, o mais provável é que a interrogação do título da postagem seja apenas uma afirmação.

DdAB
Imagem (que não entendi bem a raiz quadrada) aqui.

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