Querido diário:
No capitalismo, tudo vira mercadoria, até a honra. Marx. Na política, tudo vira zombaria. Bozo. Do jornal de hoje, temos a notícia de que 14 candidatos a prefeito são políticos (deputados) em pleno exercício de seus mandatos. Quer dizer, 13 deles estão ganhando seu "salário" de deputação, enquanto beneficiam-se das verbas partidárias, a fim de terem seus nomes divulgados na dispta pelos cargos de prefeito. Une vergonhe, em francês.
O duplo caráter é que tem dois caracteres, o que deixa claro que não sou muito chegado nesta expressão de "duplo caráter". Seja como for, um dos caracteres é que o político já vive uma licença eterna para "fazer política". Ele não apenas fugiu da escola como foge de qualquer trabalho mais sério. Faz política. E isto é tudo, quando não faz mais que política, hehehe. Por contraste a ele, o funcionário público de carreira que se candidata a cargo público tem direito a três meses de licença, a fim de fazer sua campanha eleitoral.
O funcionário recebe a licença para não usar o cargo em seu benefício. E o político, não é exatamente o contrário? Ou seja, por ser deputado, tem vantagens que o cidadão comum que der o mau passo de ingressar na política (e manter-se como cidadão comum) não acumulará. Une vergonhe.
Outro lado da questão é que o duplo caráter torna-se apenas um caráter, pois o que vemos é que, a fim de disfarçar seu caráter de sinecurista, o político profissional, a estas horas, passa a declarar-se funcionário público. O que tenho dito é que todos eles, executivo, legislativo, judiciário, federal, estadual, municipal, situação e oposição, tudo é "governo", no sentido da contabilidade nacional.
DdAB
Imagem daqui. Gostei tanto que coloquei ali. Parece que é o alfa e o ômega do caráter duplo do duplo caráter. E ontem, que falei em avesso do avesso?
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