Dudu, dizem alguns, é um de meus apelidos preferidos (logo eu, que não gosto de apelidos depreciativos para ninguém, o que, obviamente, me inclui, por exemplo, Unha-de-fome, Pingusso e Baba-de-moça). Há variações, nada é unânime a meu respeito, a não ser que me esforço a maior parte do tempo para entender que a felicidade é gostar do que consegui ao longo de todos estes anos. É? Duda concorreu ao concurso "Jogo de Panelas" promovido por Ana Maria Bragapela, apresentadora de TV, programa apresentado há instantes em Porto Alegre pelo Canal 12. O concurso reuniu "cinco pessoas comuns" e cada um cozinhou para os demais em cinco noites diferentes, recepcionando-os em suas casas.
O campeão do Jogo de Panelas foi o Getúlio! O programa de hoje, a que assisti com zelo, foi a Duda (que pensei viesse a ser a vencedora). Ela fez o jantar "Gabriela, Cravo e Canela", elegantíssima, destra (pois mexe a panela com a mão direita, por contraste a meus dotes culinários e demais sinais de mancinismo), 23 anos, engenheira.
Ela serviu:
Entrada: carne seca cremosa (requeijão) com banana frita ((servirei chinelinhos quebra-queixo))
Secondo piatto: Bobó de camarão com abóbora ((servirei vaca atolada, para recuperar a mandioca))
Sobremesa: surpresa de cacau com sorvete de canela (eram uns brownies que achei quase uns blackies) e o sorvete (creme?, coco? comprado, recebendo a canela na horinha). ((servirei: sorvete comprado no Armazém Ventura: aquele de mangericão com pimenta rosa)).
Coluna social: no jantar da Duda todos foram de roupas brancas, exceto a Mônica, que vestiu-se com o que eu chamaria de um cremezinho, mas que a turma batizou como canela.
As notas foram (cada candidato dava notas de zero a 10 aos demais):
Getúlio: 35 pontos;
Duda: 33 pontos;
Leopoldo: 28 pontos;
Eliane: 27 pontos e
Mônica: 26 pontos.
A última nota distribuída foi a avaliação que a Eliane para o cardápio executado pelo Getúlio. Aos olhos do telespectador aposentado, ela foi escolhida para decidir o concurso, mas no momento em que deu a nota (creio que logo após o jantar), claro que ela não sabia do que sua nota represesntava, pois desconhecia as demais notas. Se ela desse oito ao Getúylio, haveria empate e o Louro é que iria decidir.
Moral da história: felicidade é gostar do que você conseguiu (frase de encerramento do programa por Ana Maria Braga e que, como sabemos, acabo de incorporar).
E então???
DdAB
Imagem: aqui, lindo site de filosofia culinária. O bobó de camarão da Duda não era servido "na moranga" e não tinha farofa. Os pratos, em todo o concurso, vinham servidos à francesa, vale dizer, da cozinha, não é isto?
P.S.: De acordo com o dr. Aurelião, o bobó de camarão é um "[c]amarão refogado ao qual se adiciona leite de coco, azeite-de-dendê e um creme feito de aipim refogado." Em outras palavras, a inovação da Duda foi trocá-lo pela abóbora, mas não caindo na tentação de enterrá-la na casca da moranga.
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