05 outubro, 2009

Deputados Meireles, Rauis etc.

Querido Blog:
Bonitinha esta nuvem de mal-estar a ser salva pelo afamado Sal de Fruta Eno. Ou muito me engano. Não sei se quem passa mal é o suíno de ontem, o de hoje, ou a macacada que ainda ingere carne, em geral, e a suína, em particular. Para não discriminar epítetos, eu mesmo -há muitos anos- declaro-me onívoro... Fora um rapaz que indagou-me se onívoro come ovo (respondi que "sim", claro), estatelei-me com a seguinte frase assinada hoje na p.16 de Zero Hora pelo deputado Raul Pont, meu ex-líder universitário e comensal da Av. André da Rocha, 123 (não a meu convite, by the way) :

"[...]
a parca legitimidade política dos deputados
[...]."

Pensei com minhas cangicas: se eu der a público este fragmento de frase, poderão pensar que estou-me alinhando com a visão conjuntural de nosso ex-prefeito e atual deputado. "However", como disse Malcom McDonald, não era nada disto. A frase final do artigo d'O Cachorrão intitulado "O risco de uma farsa" não se direciona à farsa de que ele himself faz parte há milhares de anos. Pensando que faz política, que luta por reformas democráticas que conduzam à democracia, sei lá, o deputado Raul (aliás, coadjuvado por outro líder estudantil, o Mr. Carrion, cujo partido acaba de alcançar a adesão de mais um prócer, se bem lembro, do futebol, do desfile de modas ou mesmo do filme pornográfico, não lembro), o risco da farsa não era, lógico, a farsa.

Para Pont, a farsa não é o que hoje vemos no sistema político brasileiro mas apenas, cito agora verbatim:

Como se vê, articula-se mais uma fraude, agora para salvar a governadora, mesmo que sob o risco de diminuir ainda mais a parca legitimidade política dos deputados da base governista.

"Bem, meu chapa -pensei eu-, então não estás falando com seriedade. A farsa se adstringe aos deputados governistas? Então, aquele troço de Juca Chaves ("qualquer ladrão é patente nacional") é falso? Teria o econ. Raul Pont a coragem de achar que Juca Chaves estava errado há 50 anos?" E parei de perquirir-me, que já estava ficando com o copo vazio (legenda "só bebendo!"). Penso agora: "Então meu amigo Raul Varallo Pont não é adesista do MAL*? Não quer anistia para nossa ex-professora Yeda? Não quer anistia para Octávio Germano? Nem para todos os milhares de políticos brasileiros de todos os partidos, ainda que nem de todas as linhagens de esquerda, agatunados? Quer que juízes que ganham R$ 27.000 (isto é, 3^3 x 10^3) julguem seus colegas deputados, senadores, vereadores, cargos em comissão, e tudo o mais, que ganham R$ 26.000, R$ 25.000 e mais dinheiros não declarados?" Aí comecei a pensar em ex-deputados ladrões, ou seja, políticos.

Fraguei-me (como disse um gaúcho da fronteira, integrando-se a um partido político de oposição (aos receptadores de salário mínimo) que o Dr. Henrique Meirelles também é ex-deputado, eleito pelo PSDB de Goiás, se bem lembro dessas coisas de menos de 10 anos atrás, quando eu era quase 10 anos mais jovem. Mas Meirelles não ir-se-ia destacar na política. Seu verdadeiro talento estava em presidir o Bank of Boston, o Bank of Central Highlands (em Brasília), essas coisas. Imaginei-o, claro, sempre favorável ao High Central Bank, ou seja, o Banco Central Mundial. Pois não é que a p.21 da mesma ZH que abrigou Raul agora abriga minha desilusão? O Mr. Chairman indaga-se -posicionando-se por meio da seguinte frase: "Eu apoio a discussão de que seria mais eficiente se o FMI acumulasse as reservas. Mas a questão é quem é que vai tomar a decisão na hora em que um país precisar das reservas?" Pensei que fossem novas investidas de minha Zero Herra. Talvez sejam mesmo, mas dá o cheirinho de que Meirelles pensa que:
.a. ou será ele mesmo (se eu é que tiver que fazer a escolha, em nome da humanidade)
.b. ou será outro, em quem ele não confia.

Por que seria erro de ZH? Parece que esta frase de apoiar discussão que é opinião não é uma frase bem redigida. Ou seria que Meirelles acha que devemos fazer (ele apoia...) a discussão sobre o volume de reservas a serem acumuladas pelo Banco Central Mundial? Ainda que encaminhe o assunto com um severo "não, não deve acumular coisa nenhuma"? Eu andei eudeusando -confesso- a figura well behaved de nosso chairman, vendendo saúde, vendendo otimismo, vendendo contenção, vendendo bom senso, vendendo a idéia de que a política de metas de inflação fez bem para o Planalto Central y todos los demás llanos nacionales.

Realmente confesso não ter entendido 100% a notícia da p.21. Por isto, talvez, é que o porquinho nefelibata que nos ilustra hoje, está de orelha em pé, e nem sei se mais confortável do que o baixa-renda de ontem. Me too, pretty unconfortable. Ainda assim, imagino que -se ingerisse uma boa dose do proverbial sal de frutas- poderia ostentar 80% do tempo, pelo menos, sorrisos meirellianos e -torçamos- menos de 20% a carantonha do Cachorrão.
DdAB

Nenhum comentário: