20 setembro, 2010

Roubalheira: Aécio e Lula

senhoras e senhores:
os tempos são difíceis. celebra-se hoje o dia dos farrapos, um grupo de fazendeiros enfarpelados que insurgiu-se contra o livre comércio do que poderia ter sido, prematuramente, o Mercosul. em 1835. a 25 anos do bicentenário do levante, o que vemos é a busca por mais protecionismo da parte de apaniguados. o povo, ah, o povo, segue vivendo lá seus cataclismos, que a vaca é brava...

entendo que os tempos seguem difíceis, pois o quinto governo FHC tem os dias contados para começar. a chapa branca Serra-Dilma está dando lugar à unção exclusiva da segunda. na verdade, serão dois governos do PSDB (os de FHC propriamente) e três do PT (Lula+Lula+Dilma). a questão é se o sexto governo FHC terá Lula, Dilma ou Aécio. ou terceiros, digo, quartos, quintos, que ainda não me vêm à vista. os tempos são difíceis, after all.

ou que de melhor entendo (ou era de pior?...) é que o PSDB enrascou-se de tal maneira numa oposição de diretório acadêmico, ou seja, radical e irresponsável como poucos diretórios acadêmicos, em que atitudes pueris epitomizadas pelo próprio FHC e por, exemplifico, Arthur Virgílio. montando "pegadinhas" para o governo a todo instante, estas duas importantes lideranças políticas do Novo Brasil estraçalharam a seriedade com que poderiam ser recebidos pela população.

onde foi que o govenro Lula errou? entre os 200 milhões de brasileiros, já ouvi de dois 
(isto é, 100 x (1-2/200) = 98%)
que Lula não é o ladrão, mas o rapaz que denuncia os assaltos às burras públicas. como provar? ele demitiu uma turma? ele demitiu porque foi pressionado por FHC e Virgílio? ele demitiu porque o fogo amigo levou a imprensa a saber dos escândalos? estes raciocínios embalam-se pela teoria da grande conspiração. já começa no jeitinho que dei na aritmética para chegar a 99% de aprovação ao govenro. ou eram 84,98?.

quando ouvi falar pela primeira vez na frente PT+PSDB, Aécio e Pimentel, chegando a eleger o prefeito de Belo Horizonte, não consegui conter um sorrizinho de mofa... mas, ao mesmo tempo, pensei -meses depois- que poderia estar ocorrendo algo interessante na política brasileira. de Pimentel eu conhecia pouco, além das referências do amigo do amigo. depois vim a saber que ele foi contemporâneo de militância (adivinhe aonde? no diretório acadêmico) de Dilma Vana. e agora acabo de saber que a revista Carta Capital anunciou que Aécio está saindo do PSDB, uma manchete do nível do baixo nível, claro, pois o carinha ainda nem bem elegeu-se e já estaria trocando de partido, ou seja, estaria perdendo o mandato.

mas, se anunciar que Dilma roubou o sorriso da Mona Lisa ajudou a vender a revista Veja, nada haverá de errado em vender o projeto de futuro do Brasil, se é que há futuro para o quinto governo FHC. Aécio, vi na Internet, desmentiu, mas o jornalista da Carta Capital que se responsabilizou pela matéria -ainda que protegendo sua fonte- confirmou que se ouviu mesmo dizer isto.

nestes casos, sempre apelo para a bebida. ou a ingiro diretamente ou atribuo ações esdrúxulas dos agentes da política (e todos os demais) como inspiradas nas reações cerebrais (químicas) provocadas pela ingestão imoderada de álcool. pois bem. Aécio poderia ter bebido, o que descredencia o jornalista, mas não o projeto. nunca o vi "na noite", mas já ouvi que o neto ou o que seja de Tancredo Neves é um noctívago, um esbórnia, diriam outros... não se pode dar crédito a tudo o que se ouve, claro. mas que se ouve, lá isto se ouve mesmo.

o denuncismo teria que transformar-se em ação positiva. se todo mundo sabe que todo mundo mete a mão, inclusive no dinheiro que nunca chega a ser repassado ao povo de barro vitimado por tragédias as mais variadas, não seria difícil criarem-se mecanismos de controle from scratch. pelo menos foi isto que me ensinou o professor de inglês, diferenciando "scratch" de "rumble".
DdAB

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