querido blog:
como não falar em "política", nos dias que correm? como alienar-me da grande bobajada que toma conta dos meios de comunicação e mesmo das ruas do país com esta dinheirama gasta nesta palhaçada em que se converteu a política desde que o Brasil foi descoberto? como não pensar em ressuscitar o MAL* (Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela)? se não ressuscitar, que ele não morreu!, pelo menos fazê-lo alcançar suas atribuições, mas revendo-as. Erenice Guerra: é política, devemos anistiá-la? seus filhos, irmãos, pais, bisavós, netos, padrinhos de batismo e crisma, a professorinha de segundo grau que lhe ensinou a diferença entre boock e bok, sei lá. como não querer empregos para todos? como não querer a renda básica universal? como não querer um programa de reciclagem de analfabetos e semi-analfabetos e transformá-los todos, in due time, em músicos, filósofos, esportistas, médicos, pilotos de barco e avião, calígrafos, astrólogos, poetas, sei lá? reciclar gente para criar seu auto-emprego, empreendedorismo!
há anos entendi que quando falamos em gastar em educação não queremos dizer apenas "tabuada" e "vogais", pois há uma gama enorme de variáveis (nutrição, moradia, transporte, roupa) que requerem consumo simultâneo ao da sala de aula (pás, tijolos, cimento), do giz. a educação, entendo, é um locus interessante para centrar o gasto público, na produção deste bem semi-público, que é a difusão do conhecimento, das habilidades pessoais, da cidadania. enquanto isto não ocorrer, teremos este circo em torno das eleições, como se realmente estivéssemos elegendo algo interessante. a chapa Serra-Dilma, uma chapa branca, tem uma diferença fundamental: quem serão os amigos do rei que, mesmo que vendo-lhe as vestes escusas, pouco ou nenhum caso farão da percepção, pois estarão interessados em reforçar o patrimônio familiar. e uns cobres também para seu partido, que afinal, sindicato de ladrões é isto mesmo.
e não adianta bradar, ladrar, esgrimir? na p.20 de Zero Hora de hoje, vemos uma declaração da candidata Marina da Silva, a presidente da república, senadora licenciada, defendendo o meio-ambiente, aliada ao Partido Verde, pensando em mudar a estratégia deste partido estranho, a fim de transformar o Brasil, coisa que ela foi impedida de fazer, pois perdeu o controle do PT. corei. vi o oportunismo. vi a busca desesperada de espaço na mídia. ela repercute o que a direita comemora (escândalos encomendados -dizem- pelos próprios anti-lulistas de dentro do própro PT) o furo de reportagem da revista Veja desta semana (que não li no local). ela pensa que, ao repercutir este tipo de notícia, que ao colocar em sua agenda as propostas de ação absolutamente conjuntural (uma coisa é acabar com a corrupção dos funcionários públicos e outra bem diversa é denunciar casos isolados que atendem a interesses momentâneos) para resolver severos problemas de representação e eficiência do setor público brasileiro. olha so que belezinha de encaminhamento para votarmos nela e postergarmos a eleição para o segundo turno (mas se todos votarmos nela, não haverá segundo turno, não é mesmo?):
-Nâo se pode açodadamente definir os rumos do país com coisas tão graves acontecendo. [...] É fundamental haver investigação séria e punição para comprovação dos casos de corrupção, tráfico de influência e o que for.
fico pensando nas razões que levaram-na a pensar nestas coisas apenas agora. nas razões que a impediram de, no exercício de seu mandato enquanto senadora ou no de ministra do mesmo governo que a escorraçou e agora ela escorraça, fazer denúncias mais consentâneas, aderir ao MAL* e começar a criar mecanismos institucionais para que, daqui a 20 anos, tenhamos um sistema judiciário eficiente.
então comecei a procurar ilustrações. pensei em "programa de auditório", a situação atual da política nacional, o que ligou com TV e televisão de cachorro, como aprendi há 30 anos... acho que fome, gordura, roubalheira, falta de educação, falta de cultura, falta de traquejo para o convívio em sociedade, a omissão, a impunidade, tudo isto me cheira mesmo a televisão de cachorro. mas não podemos confundir frango com a capa do disco do PatoFu.
DdAB
Um comentário:
Oi, Duílio, não posso deixar de concordar com você no que se refere às declarações com opiniões realmente tardias de Marina da Silva. Não dá pra descartar o chamado interesse eleitoreiro. Por outro lado, até onde tenho conhecimento, o PT não tem muita flexibilidade. Ou seja, pra falar tem de já estar fora. A questão é se ela assumirá no futuro as posições que defende agora se ocorrer o improvável – ela presidente. Eu, sinceramente não sei.
Adorei a ilustração.
Aos poucos estou retornando.
MdPB
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