09 setembro, 2010

Erva Lavada, Nacionalismo e Rendimentos Decrescentes do Fator

querido blog:
não existe maior desdita para a nacionalidade do que beber-se chimarrão com uma erva lavada. nem mesmo obnubilar a representação da bandeira do país da chende. tão importante são estes dois fenômenos -erva lavada e bandeira desfigurada- que o próprio David Ricardo tomou conta do assunto, dedicando-lhe dezenas de argumentações. ok, ok, não foi bem assim, o fato é que a erva lavada tem enormes analogias com as terras menos produtivas que tanto preocuparam Ricardo em seus estudos sobre os limites do crescimento das economias que lhe eram contemporâneas.

com efeito, quem não acredita em rendimentos decrescentes do fator é porque nunca tomou chimarrão em roda. os praticantes deste sagrado modo de sorver fragmentos microscópicos de erva mate dissilvidos em água tépida (ou mesmo água de pelar porco) sabem que aquela erva não serve infinitamente a seus propósitos. vai exaurir-se, sumir, se faire disparue.

a certa altura, um dos participantes da roda afastará a cuia-e-bomba com um gesto de enfadado enojamento e apenas dirá, em tom casual: "está lavada!". com isto torna-se evidente a necessidade de trocar a erva da cuia. ou seja, à medida que a água percolava a erva, esta isa sendo lavada por essa -como disse Rose Lane- até que o produto, como o trigo ricardiano, passa a sair bichado, isto é, malhado, isto é, lavado.
DdAB
p.s.: Brazil? erva lavada? depleted grass? Workers of All Countries, Unite!

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