querido diário:
o inteligentíssimo trocadilho do título desta postagem, justificado por seu conteúdo acre, levou-me à maravilhosa imagem que hoje vemos e foi colhida aqui. falar em economia política é uma coisa, falar em economia é outra e em política é a terceira. e tudo cabe dentro do mesmo assunto, as três. eu tendo a dizer, claro, que tudo é política, sendo a economia, a arte, a religião, a ideologia apenas instrumentos de fazerem a negadinha trabalhar, o relho, o açoite, os incentivos. claro que havia pilhas de imagens respondendo aos dois termos isoladamente. selecionei esta, pois lembrei que "quem não lê mal ouve, mal fala, mal vê". e mais: "you never know what will come out of a book", o que -agora- permitiu-nos ver a estilização de um coração.
ok, vamos à realidade crua das dimensões societárias. na p.30 de Zero Hora de hoje, há dois artigos que me prendem a atenção. um, sobre economia e o outro, sobre política. sobre política, a articulista é Maria Elena Pereira Johannpeter, presidente (voluntária) [sic] da ONG Parceiros Voluntários. primeiro pensei, aliás, não foi hoje, que outro dia, vi outro artigo dela: se é parceiro voluntário, o presidente não seria voluntário, do mesmo jeito? mas não é este o ponto central. claro que sou a favor do trabalho voluntário. odeio o trabalho escravo, inclusive o que rege as atuais relações do mercado de trabalho mundial. por isto tem que ter renda básica unversal, para dar direito a quem de direito de trabalhar ou não, a seu bel prazer, como hoje em dia fazem as crianças, os velhos e os ricos!
disse ela:
Não adianta dizer que a política no Brasil não tem jeito, que só existe corrupção (para isso precisa existir o corruptor), se nós não fazemos a nossa parte. Quem coloca os políticos no poder tem a obrigação de zelar pela boa condução da administração pública. Chegou a hora de parar de colocar a responsabilidade em nossa memória, como uma forma de desculpa para justificar a nossa acomodação.
É preciso entender a importância da fiscalização por parte do eleitor, praticá-la e participar. Não podemos ficar alheios ao que ocorre na vida pública e só aparecer quando surgem os problemas, as denúncias, as irregularidades. Se cada um faz a sua parte, multiplicam-se as ações e as mudanças acontecem. Assim mostra a História. E a História é construída por quem faz, não por quem observa.
claro que não se pode dizer tudo em dois parágrafos. mas pode-se, com mais desenvoltura, criticá-los. ou seja, um artigo é um espaço de 2500 toques de máquina de escrever para cercar o mundo. a crítica pode dar tantos toques quantos queira sobre um tema específico. no caso, parece que apenas uma expressão permite colocar abaixo toda a filosofia política envolta nos dois parágrafos acima: voto voluntário. o voto não pode ser obrigatório. não se pode pedir a pessoas que são constrangidas a votar, sob as penas da lei, a acharem que a política é algo que merece fazer parte de seu cotidiano. o primeiro item para a participação séria é a adesão voluntária.
a julgar por mim, o que eu quero mesmo é o voto facultativo, pois entendo que a dupla Serra-Dilma é chapa branca, pois entendo que a política é desqualificada, pois entendo que a população é desqualificada e convidada -sob as penas da lei- a votar. então o político mau expulsa o político bom do mercado político, essas coisas.
dito isto, chego ao artigo inferior (no sentido de que a economia é inferior à política e também que, fisicamente, ele se encontra abaixo do de Johannpeter a que acabo de referir-me. tudo na p.27:
[...] A China já é a segunda economia mundial e expande seus investimentos no Exterior (será o maior investidor estrangeiro no Brasil em 2010) [sic], além de comprar grandes marcas internacionais que agregam tecnologia e valor aos seus produtos. Já no Brasil, as exportações apresentam maior participação de matérias-primas e alimentos sobre produtos industrializados, o que aumenta a tendência das empresas à importação de produtos acabados em substituição a sua produção local.
Portanto, mais importante do que saber se a economia avança de forma mais ou menos acelerada, a questão fundamental é saber se o caminho escolhido pelo atual modelo econômico está na direção certa e capaz de viabilizar o desenvolvimento sustentado do Brasil.
este tem a autoria de Pedro A. X. Zaluski. agora temos mais política? sujeito indeterminado, este da frase "a questão fundamental é saber..." quem deve saber? quem se indaga? modelo econômico pode escolher caminhos? não haveria uma sobredeterminação política que faria certas políticas econômicas que levariam a certos "modelos". o modelo brasileiro é sideralmente protecionista, com uma estrutura tributária espantosamente regressiva, com um mercado de trabalho que beira o escândalo escravista, e com uma estrutura de gasto público espantosamente progressiva, ou seja, praticamente todo o gasto beneficia os mais ricos do que os mais pobres. para não falar no salário dos juízes e na universidade gratuita, refiro-me ao saneamento e talvez mesmo até à saúde, pois sei que tem burguesinhos que se beneficiam de cirurgias de hérnias feitas por seus amigos médicos do SUS.
no artigo de Zaluski, vemos uma absoluta ilusão quanto às virtudes do "milagre chinês". o que impressiona, claro, são os 10% de crescimento anuais. mas o Brasil nem pode pensar em crescer seus 7,12%, sob pena de entrar em convulsão sócio-demográfica-econômica-ambiental. tinha que começar educando o povo, fazendo a tecnologia virar tema tão ou mais debatido do que o futebol. eu, por exemplo, acho que as diatribes contra o agronegócio, qualificando-o de incapaz de promover o desenvolvimento econômico, refletem um preconceito que remonta aos economistas fisiocratas. muitos pensaram que se modernizaram ao dizer que não é a agricultura, mas a indústria, a responsável pelo sucesso de qualquer sociedade.
ok, ok, não é bem isto. mas é certo que o problema não reside na "produção de bens e serviços", mas na "distribuição das oportunidades de consumo".
DdAB
o inteligentíssimo trocadilho do título desta postagem, justificado por seu conteúdo acre, levou-me à maravilhosa imagem que hoje vemos e foi colhida aqui. falar em economia política é uma coisa, falar em economia é outra e em política é a terceira. e tudo cabe dentro do mesmo assunto, as três. eu tendo a dizer, claro, que tudo é política, sendo a economia, a arte, a religião, a ideologia apenas instrumentos de fazerem a negadinha trabalhar, o relho, o açoite, os incentivos. claro que havia pilhas de imagens respondendo aos dois termos isoladamente. selecionei esta, pois lembrei que "quem não lê mal ouve, mal fala, mal vê". e mais: "you never know what will come out of a book", o que -agora- permitiu-nos ver a estilização de um coração.
ok, vamos à realidade crua das dimensões societárias. na p.30 de Zero Hora de hoje, há dois artigos que me prendem a atenção. um, sobre economia e o outro, sobre política. sobre política, a articulista é Maria Elena Pereira Johannpeter, presidente (voluntária) [sic] da ONG Parceiros Voluntários. primeiro pensei, aliás, não foi hoje, que outro dia, vi outro artigo dela: se é parceiro voluntário, o presidente não seria voluntário, do mesmo jeito? mas não é este o ponto central. claro que sou a favor do trabalho voluntário. odeio o trabalho escravo, inclusive o que rege as atuais relações do mercado de trabalho mundial. por isto tem que ter renda básica unversal, para dar direito a quem de direito de trabalhar ou não, a seu bel prazer, como hoje em dia fazem as crianças, os velhos e os ricos!
disse ela:
Não adianta dizer que a política no Brasil não tem jeito, que só existe corrupção (para isso precisa existir o corruptor), se nós não fazemos a nossa parte. Quem coloca os políticos no poder tem a obrigação de zelar pela boa condução da administração pública. Chegou a hora de parar de colocar a responsabilidade em nossa memória, como uma forma de desculpa para justificar a nossa acomodação.
É preciso entender a importância da fiscalização por parte do eleitor, praticá-la e participar. Não podemos ficar alheios ao que ocorre na vida pública e só aparecer quando surgem os problemas, as denúncias, as irregularidades. Se cada um faz a sua parte, multiplicam-se as ações e as mudanças acontecem. Assim mostra a História. E a História é construída por quem faz, não por quem observa.
claro que não se pode dizer tudo em dois parágrafos. mas pode-se, com mais desenvoltura, criticá-los. ou seja, um artigo é um espaço de 2500 toques de máquina de escrever para cercar o mundo. a crítica pode dar tantos toques quantos queira sobre um tema específico. no caso, parece que apenas uma expressão permite colocar abaixo toda a filosofia política envolta nos dois parágrafos acima: voto voluntário. o voto não pode ser obrigatório. não se pode pedir a pessoas que são constrangidas a votar, sob as penas da lei, a acharem que a política é algo que merece fazer parte de seu cotidiano. o primeiro item para a participação séria é a adesão voluntária.
a julgar por mim, o que eu quero mesmo é o voto facultativo, pois entendo que a dupla Serra-Dilma é chapa branca, pois entendo que a política é desqualificada, pois entendo que a população é desqualificada e convidada -sob as penas da lei- a votar. então o político mau expulsa o político bom do mercado político, essas coisas.
dito isto, chego ao artigo inferior (no sentido de que a economia é inferior à política e também que, fisicamente, ele se encontra abaixo do de Johannpeter a que acabo de referir-me. tudo na p.27:
[...] A China já é a segunda economia mundial e expande seus investimentos no Exterior (será o maior investidor estrangeiro no Brasil em 2010) [sic], além de comprar grandes marcas internacionais que agregam tecnologia e valor aos seus produtos. Já no Brasil, as exportações apresentam maior participação de matérias-primas e alimentos sobre produtos industrializados, o que aumenta a tendência das empresas à importação de produtos acabados em substituição a sua produção local.
Portanto, mais importante do que saber se a economia avança de forma mais ou menos acelerada, a questão fundamental é saber se o caminho escolhido pelo atual modelo econômico está na direção certa e capaz de viabilizar o desenvolvimento sustentado do Brasil.
este tem a autoria de Pedro A. X. Zaluski. agora temos mais política? sujeito indeterminado, este da frase "a questão fundamental é saber..." quem deve saber? quem se indaga? modelo econômico pode escolher caminhos? não haveria uma sobredeterminação política que faria certas políticas econômicas que levariam a certos "modelos". o modelo brasileiro é sideralmente protecionista, com uma estrutura tributária espantosamente regressiva, com um mercado de trabalho que beira o escândalo escravista, e com uma estrutura de gasto público espantosamente progressiva, ou seja, praticamente todo o gasto beneficia os mais ricos do que os mais pobres. para não falar no salário dos juízes e na universidade gratuita, refiro-me ao saneamento e talvez mesmo até à saúde, pois sei que tem burguesinhos que se beneficiam de cirurgias de hérnias feitas por seus amigos médicos do SUS.
no artigo de Zaluski, vemos uma absoluta ilusão quanto às virtudes do "milagre chinês". o que impressiona, claro, são os 10% de crescimento anuais. mas o Brasil nem pode pensar em crescer seus 7,12%, sob pena de entrar em convulsão sócio-demográfica-econômica-ambiental. tinha que começar educando o povo, fazendo a tecnologia virar tema tão ou mais debatido do que o futebol. eu, por exemplo, acho que as diatribes contra o agronegócio, qualificando-o de incapaz de promover o desenvolvimento econômico, refletem um preconceito que remonta aos economistas fisiocratas. muitos pensaram que se modernizaram ao dizer que não é a agricultura, mas a indústria, a responsável pelo sucesso de qualquer sociedade.
ok, ok, não é bem isto. mas é certo que o problema não reside na "produção de bens e serviços", mas na "distribuição das oportunidades de consumo".
DdAB
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