29 setembro, 2010

Descalabros Judiciários Brasileiros

senhoras e senhores:
mais um manifesto eleitoral. o dia é feio em Porto Alegre, não vemos cerração, mas tampouco vemos algo de útil, pois há uma espécie de cerração, mais espessa, que não chegou a ser promovida a chuva, como o foi o filho do rapaz ca Coreia do Norte, que hoje vim a saber ter ganho o título de general de quatro estrelas. não sei qual o máximo permitido pela ONU, mas achei quatro exageros.

e não foram os únicos. dos descalabros do título, busquei "orgulha de ser brasileiro", para contrastar com "descalabro", que gerou a imagem abaixo e que evocou-me Gonzaguinha. vergonha de ser brasileiro? claro que não tenho, claro que enatendo que há vergonhas pelo Brasil, a principal é o desleixo com que a sociedade escolhe seus governantes e o descaso com que estes tratam a infância. a foto das margaridas sorridentes veio de http://espacohumanitas.blogspot.com/, ilustrando a postagem "Sobre a Felicidade". quem deveria ter vergonha de ser brasileiro era mesmo para ser o caso dos políticos. essa corja oportunista, que muda de opinião de tal maneira que impede que o observador independente dedique-lhes o mais ínfimo resíduo de respeito.
de que falo? de todo o jornal, de tanta notícia estressante sobre as eleições. inclusive um juiz, na página de ZH dos artigos assinados, que defende o direito de presidiários ainda não condenados em sei-lá-quê-instância votar. se é preso, não vota. se não é culpado, não é preso. se é suspeito com risco de repetição do crime ou fuga ou sei-lá-o-quê e precisa ficar preso, não vota. no outro dia, um rapaz falou em um milhão de presos. hoje o jornal -independentemente da opinião do rapaz que referi, fala em menos de 500.000. pedi, antes, para comparar com a Bolívia e a Noruega. baixamos para 0,25% da população: um progresso (se não conivente com a impunidade...).

e qual meu criminoso do dia? o poder judiciário do estado do Paraná. tinha lá um político Fulano Richa, não lembro bem como era isto. pois ele teve um filho, que chamou de um nome que leva ao apelido de Beto. então, Beto Richa, na tradição nespostista (?), candidatou-se ao cargo de governador do Paraná. e parece que as pesquisas eleitorais passaram a retirar-lhe a preferêcia eleitoral (entre os entrevistados, claro, e o problema da inferência estatística apenas afetou mister richa agora, isto é que me deixa descalibrado). e ele, Richa, ingressou com uma causa judicial requerendo que estes resultados de pesquisas não sejam mais divulgados.

na minha maneira de avaliar o poder judiciário, que retém pilhas de presos com direito a voto e não a julgamento, não era o caso do juiz julgar estas alegações do mister richa e, em caso de fraude da parte dos realizadores das pesquisas, puni-los ou em caso de fraude da boa educação dada por seu pai, punir o rapaz das richas? este blim-blim-blim justifica a linha da vergonha de ser brasileiro. mas eu me ufano! e explico. ufano-me porque Beto Richa não requereu que a justiça determine à maioria dos entrevistados que mudem de opinião e comecem a preferir o requerente. no Rio de Janeiro, tem um bairro chamado "Cascadura", o que me lembrou de um animal que conheci em Jaguari e que portaria "casca grossa". não era o único.
DdAB

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