quando pensamos em algumas relações empiricamente relevantes, como a que existe entre salários e motivação, motivação e produção e, por fim, produção e lucro, passamos a entender que lucros e salários, se o jogo não for de soma zero, como era, aliás, para os economistas clássicos, estarão diretamente relacionados. a questão transforma-se em distribuição do excedente para distribuição do excedente excedente, ou seja, para os ganhos adicionais, dada uma distribuição original.
isto significa que algumas ideias fordistas, ou seja, da escola francesa da regulação, terão lá sua importância. nem só franceses pensam que uma forma interessante de modelarmos estas questões consiste em examinarmos a distribuição do excedente, ou melhor, dos ganhos de produtividade, ou seja, da redução do emprego para dado nível de produção, ou da manutenção do emprego para elevação na produção, entre três agentes importantes que deverão absorver os ganhos de produtividade:
.a. capitalistas (mais lucros)
.b. trabalhadores (mais salários)
.c. consumidores (menores preços)
na economia competitiva, tendemos a pensar que os ganhos de produtividade acorrerão totalmente aos consumidores por meio da redução de preços. nas economias monopolísticas, capitalistas ou trabalhadores reterão os frutos do progresso técnico. entre outros, se bem entendo, estas eram as teses do estruturalismo de primeira geração, Prebish, Singer etc..
o que a sociedade, por meio de seus arautos, não entende é que um objetivo social é a destruição do emprego e não a criação de empregos. quanto menos se trabalha, para dado nível de produção, maior é a eficiência e maior é o lazer. por que será que tanta gente endeusa o emprego, como se ele trouxesse a chave da felicidade, e não os grilhões do uso indesejado do tempo de vida humana destinado à produção destinada ao atendimento das necessidades? ninguém quer trabalhar! todo mundo quer consumir (e o avarento quer armazenar, acumular), alisando seu consumo ao longo de todos os períodos da vida adulta.
na sociedade do futuro, quando pensamos no futuro, deveremos entender que a fração do tempo da população adulta destinado ao trabalho tenderá a reduzir-se, em linha reta ou até exponencial. haverá racionamentos de postos de trabalho, como hoje, mas a diferença será que ninguém mais será obrigado a trabalhar. qual será a fração da renda social apropriada por capitalistas e trabalhadores? será, como já é hoje e tem sido há décadas, inferior a 100%.
em 2002, no Brasil, por exemplo, se meus dados estão corretos (e juro que estão, e que é dificílimo atualizar nesta terra em que o IBGE especializou-se em greves em anos censitários), as transferências interinstitucionais representam 43% do PIB (produto interno bruto a preços de consumidor). ou seja, diferentes tipos de receitas das instituições geram poder de compra correspondente a quase meio PIB. quando é que isto subirá para 50% (será que já subiu em 2010, com a bolsa família e outras inovações institucionais igualitaristas?)? e para 99%? e será que uma sociedade poderá ainda organizar-se em torno do mercado de fatores de produção se apenas 1% do que interessa estiver intermediado por ele? ok, digamos então que podemos ter uma sociedade capitalista do jeito que a conhecemos encapsulando 60% do PIB no programa que tenho chamado de renda básica universal.
e quem é que vai trabahar nesta terra de mamata? quem quiser ganhar mais do que sua fair share. tenho razões para crer que eu mesmo teria trabalhado alguns anos de minha vida para ter maiores benesses para os próximos anos. do jeito que as coisas foram, trabalhei pilhas e, claro, tenho um bom número de benesses. hoje minha contribuição é mais para a felicidade nacional bruta do que para o produto interno bruto. mas já fiz a minha parte na geração do primeiro.
quando eu penso no futuro, juro que vejo (penso ou visualizo?) que a renda básica universal será a salvação da humanidade.
DdAB
captura da imagem: http://papagaio.files.wordpress.com/2007/05/futuro.jpg.
isto significa que algumas ideias fordistas, ou seja, da escola francesa da regulação, terão lá sua importância. nem só franceses pensam que uma forma interessante de modelarmos estas questões consiste em examinarmos a distribuição do excedente, ou melhor, dos ganhos de produtividade, ou seja, da redução do emprego para dado nível de produção, ou da manutenção do emprego para elevação na produção, entre três agentes importantes que deverão absorver os ganhos de produtividade:
.a. capitalistas (mais lucros)
.b. trabalhadores (mais salários)
.c. consumidores (menores preços)
na economia competitiva, tendemos a pensar que os ganhos de produtividade acorrerão totalmente aos consumidores por meio da redução de preços. nas economias monopolísticas, capitalistas ou trabalhadores reterão os frutos do progresso técnico. entre outros, se bem entendo, estas eram as teses do estruturalismo de primeira geração, Prebish, Singer etc..
o que a sociedade, por meio de seus arautos, não entende é que um objetivo social é a destruição do emprego e não a criação de empregos. quanto menos se trabalha, para dado nível de produção, maior é a eficiência e maior é o lazer. por que será que tanta gente endeusa o emprego, como se ele trouxesse a chave da felicidade, e não os grilhões do uso indesejado do tempo de vida humana destinado à produção destinada ao atendimento das necessidades? ninguém quer trabalhar! todo mundo quer consumir (e o avarento quer armazenar, acumular), alisando seu consumo ao longo de todos os períodos da vida adulta.
na sociedade do futuro, quando pensamos no futuro, deveremos entender que a fração do tempo da população adulta destinado ao trabalho tenderá a reduzir-se, em linha reta ou até exponencial. haverá racionamentos de postos de trabalho, como hoje, mas a diferença será que ninguém mais será obrigado a trabalhar. qual será a fração da renda social apropriada por capitalistas e trabalhadores? será, como já é hoje e tem sido há décadas, inferior a 100%.
em 2002, no Brasil, por exemplo, se meus dados estão corretos (e juro que estão, e que é dificílimo atualizar nesta terra em que o IBGE especializou-se em greves em anos censitários), as transferências interinstitucionais representam 43% do PIB (produto interno bruto a preços de consumidor). ou seja, diferentes tipos de receitas das instituições geram poder de compra correspondente a quase meio PIB. quando é que isto subirá para 50% (será que já subiu em 2010, com a bolsa família e outras inovações institucionais igualitaristas?)? e para 99%? e será que uma sociedade poderá ainda organizar-se em torno do mercado de fatores de produção se apenas 1% do que interessa estiver intermediado por ele? ok, digamos então que podemos ter uma sociedade capitalista do jeito que a conhecemos encapsulando 60% do PIB no programa que tenho chamado de renda básica universal.
e quem é que vai trabahar nesta terra de mamata? quem quiser ganhar mais do que sua fair share. tenho razões para crer que eu mesmo teria trabalhado alguns anos de minha vida para ter maiores benesses para os próximos anos. do jeito que as coisas foram, trabalhei pilhas e, claro, tenho um bom número de benesses. hoje minha contribuição é mais para a felicidade nacional bruta do que para o produto interno bruto. mas já fiz a minha parte na geração do primeiro.
quando eu penso no futuro, juro que vejo (penso ou visualizo?) que a renda básica universal será a salvação da humanidade.
DdAB
captura da imagem: http://papagaio.files.wordpress.com/2007/05/futuro.jpg.
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