querido blog:
a antropologia econômica vê em mim um limitadíssimo leitor. mas, como sou dado a leituras de divulgação de biologia evolucionária, às vezes fico pensando naqueles macacões que dizem-se nossos ancestrais mais remotos. então fico pensando na questão da doação de alimentos para estranhos, na relação entre hordas rivais que começam a cooperar. começam a fazer trocas, começam a dividir tecnicamente o trabalho, essas coisas de manual de introdução à economia marxista.
e fico pensando em quem surgiu em primeiro lugar: o mercado, o estado ou a comunidade. claro que penso que
.a. comunidade
.b. estado (ou o que quer que dele possamos aproximar um nome, cultivando o tabu do incesto, cultivando direitos de propriedade, cultivando o respeito pela vida dos rapazes da mesma horda)
.c. mercado: com relações sociais estabilizadas a ponto das hordas conviverem de modo razoavelmente pacífico, parece surgir espaço para as trocas perenes. teríamos já divisão social do trabalho dentro da horda e divisão técnica entre hordas, um troço assim.
mas qual o desafio para estas sociedades se tornarem internamente monetárias? em outras palavras, o que as levou a crescentemente transformarem a divisão social do trabalho em divisão técnica? é capitalismo? claro que não, é apenas a especialização. talvez seja menos ralo ainda: as hordas se fundiram, levando com elas suas especialidades produtivas. qual o desafio que as tornou monetárias? creio que foi a exigência de uma autoridade central (o macaco mais forte, o governo) a cobrar impostos.
não faria sentido para um soberano, digamos, postado no Eufrates, receber em espécie cabeças de gado ou mesmo grãos de trigo de "contribuintes" no Altiplano Peruano, um troço destes. quer dizer, já argumentei que primeiro vieram a comunidade e o estado e apenas aí o mercado. e agora estou argumentando que, sem impostos, não haveria a disseminação do uso do dinheiro e, como tal, a expansão ilimitada da troca, a especulação, dos derivativos. ou seja, teríamos um mundo sem porta-aviões, sem naves espaciais, sem obturação de dentes.
DdAB
captura da imagem: procurei apenas "mercado impostos" e vi esta homenagem à poluição do petróleo, da gasolina, do automóvel: http://www.streetsampa.com.br/blog/wp-content/uploads/2009/05/pistola-de-abastecimento-de-impostos.jpg.
a antropologia econômica vê em mim um limitadíssimo leitor. mas, como sou dado a leituras de divulgação de biologia evolucionária, às vezes fico pensando naqueles macacões que dizem-se nossos ancestrais mais remotos. então fico pensando na questão da doação de alimentos para estranhos, na relação entre hordas rivais que começam a cooperar. começam a fazer trocas, começam a dividir tecnicamente o trabalho, essas coisas de manual de introdução à economia marxista.
e fico pensando em quem surgiu em primeiro lugar: o mercado, o estado ou a comunidade. claro que penso que
.a. comunidade
.b. estado (ou o que quer que dele possamos aproximar um nome, cultivando o tabu do incesto, cultivando direitos de propriedade, cultivando o respeito pela vida dos rapazes da mesma horda)
.c. mercado: com relações sociais estabilizadas a ponto das hordas conviverem de modo razoavelmente pacífico, parece surgir espaço para as trocas perenes. teríamos já divisão social do trabalho dentro da horda e divisão técnica entre hordas, um troço assim.
mas qual o desafio para estas sociedades se tornarem internamente monetárias? em outras palavras, o que as levou a crescentemente transformarem a divisão social do trabalho em divisão técnica? é capitalismo? claro que não, é apenas a especialização. talvez seja menos ralo ainda: as hordas se fundiram, levando com elas suas especialidades produtivas. qual o desafio que as tornou monetárias? creio que foi a exigência de uma autoridade central (o macaco mais forte, o governo) a cobrar impostos.
não faria sentido para um soberano, digamos, postado no Eufrates, receber em espécie cabeças de gado ou mesmo grãos de trigo de "contribuintes" no Altiplano Peruano, um troço destes. quer dizer, já argumentei que primeiro vieram a comunidade e o estado e apenas aí o mercado. e agora estou argumentando que, sem impostos, não haveria a disseminação do uso do dinheiro e, como tal, a expansão ilimitada da troca, a especulação, dos derivativos. ou seja, teríamos um mundo sem porta-aviões, sem naves espaciais, sem obturação de dentes.
DdAB
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