querido blog:
escritos literários é o que chamo o que farei em seguida. pegarei um trechinho da crônica de hoje de Luiz Fernando Veríssimo, do Caderno Donna de Zero Hora. não cito a página, mas apenas o link na Internet, abaixo. e assinalo o que me levou a refletir sobre todos os blim-blim-blins importantes, sob o ponto de vista dominical. trata-se de um diálogo imaginário (imagina se é imaginário, sô) entre Pablo Picasso e Francisco Goya. a certa altura, Picasso diz ao conterrâneo:
"Mas eu deveria ter lhe reconhecido pelas fotografias. O senhor é uma das pessoas mais fotografadas do mundo. Eu o invejo."
então entrei no tema: "ter lhe reconhecido"? "eu o invejo"? não se trata de "ter-lhe reconhecidos os méritos", ou seja, um pronome oblíquo. ele, Veríssimo, usou-o como equivalente ao "o" da outra frase, do mesmo parágrafo. ou seja, para ele e para 200 milhões de leitores, os pronomes oblíquos e retos são sinônimos, sob dadas circunstâncias. não sei se é o caso de dizermos que Picasso não falava português. mas também tenho razões para crer que no Brasil tampouco se fala português. por definição, devemos falar brasileiro mesmo, pois vários estrangeiros já me indagaram qual minha lingua nativa e levantavam a hipótese de ser o brasileiro. pois, no brasileiro de Machado de Assis, vim a ver outro dia, o advérbio não é o único modificador do verbo, também podendo falar-se em adjetivo mudando o verbo.
parece-me ter lido há milhares de anos uma crônica de Celso Pedro Luft, em que ele comentava precisamente escritos de Luiz Fernando Veríssimo e dizia que ele dizia "falar certo". e Luft dizia que estava certo, ou que não estava errado, e o importante era falar, claro, claramente.
qual é a moral da história? primeiro, hoje o Sol já se porá quatro minutos após o dia mais curto do ano. segundo, não devemos confiar em demasia sobre quem é que define o brasileiro contemporâneo, quem define que língua falamos e qual é a linguagem padrão contemporânea. é a dos contemporâneos? e se são todos (não é o caso de Veríssimo, nem meu, nem -menos ainda- do leitor) uns ignorantes...
DdAB
capturas:
do texto: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2957287.xml&template=3916.dwt&edition=15017§ion=1026.
da imagem: http://diegoribas.blog.terra.com.br/files/2008/08/diego_rt_5141.jpg.
escritos literários é o que chamo o que farei em seguida. pegarei um trechinho da crônica de hoje de Luiz Fernando Veríssimo, do Caderno Donna de Zero Hora. não cito a página, mas apenas o link na Internet, abaixo. e assinalo o que me levou a refletir sobre todos os blim-blim-blins importantes, sob o ponto de vista dominical. trata-se de um diálogo imaginário (imagina se é imaginário, sô) entre Pablo Picasso e Francisco Goya. a certa altura, Picasso diz ao conterrâneo:
"Mas eu deveria ter lhe reconhecido pelas fotografias. O senhor é uma das pessoas mais fotografadas do mundo. Eu o invejo."
então entrei no tema: "ter lhe reconhecido"? "eu o invejo"? não se trata de "ter-lhe reconhecidos os méritos", ou seja, um pronome oblíquo. ele, Veríssimo, usou-o como equivalente ao "o" da outra frase, do mesmo parágrafo. ou seja, para ele e para 200 milhões de leitores, os pronomes oblíquos e retos são sinônimos, sob dadas circunstâncias. não sei se é o caso de dizermos que Picasso não falava português. mas também tenho razões para crer que no Brasil tampouco se fala português. por definição, devemos falar brasileiro mesmo, pois vários estrangeiros já me indagaram qual minha lingua nativa e levantavam a hipótese de ser o brasileiro. pois, no brasileiro de Machado de Assis, vim a ver outro dia, o advérbio não é o único modificador do verbo, também podendo falar-se em adjetivo mudando o verbo.
parece-me ter lido há milhares de anos uma crônica de Celso Pedro Luft, em que ele comentava precisamente escritos de Luiz Fernando Veríssimo e dizia que ele dizia "falar certo". e Luft dizia que estava certo, ou que não estava errado, e o importante era falar, claro, claramente.
qual é a moral da história? primeiro, hoje o Sol já se porá quatro minutos após o dia mais curto do ano. segundo, não devemos confiar em demasia sobre quem é que define o brasileiro contemporâneo, quem define que língua falamos e qual é a linguagem padrão contemporânea. é a dos contemporâneos? e se são todos (não é o caso de Veríssimo, nem meu, nem -menos ainda- do leitor) uns ignorantes...
DdAB
capturas:
do texto: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2957287.xml&template=3916.dwt&edition=15017§ion=1026.
da imagem: http://diegoribas.blog.terra.com.br/files/2008/08/diego_rt_5141.jpg.
Nenhum comentário:
Postar um comentário