05 fevereiro, 2009

Probabilidades e o Big Bang

Querido Blog:
Como disse W. H. Smith, "esta vida é uma pinóia", ou o equivalente em inglês, ou pelo menos foi isto o que eu li em um dos livros postos à venda em suas lojas... Você entendeu, não é? Nada estou dizendo que preste. Mas foi por inspiração das imagens que achei ao procurar no Google Images as duas expressões que epigrafam esta postagem.
Primeiramente, a primeira é tão entusiasmantemente grande que parece que por lá vemos todos os pontos do mundo, inclusive o Aleph borgeano. Ou seja, o ponto que abarca todos os demais pontos, inclusive a si mesmo. Este ponto -grotesco, como diria Jorge Luis Borges- poderia ser o que os cientistas (usando instrumentos mais modernos do que os exibidos nesta maravilhosa fotografia de Sylvew of St. Saints) denominariam de Big Bang, fruto de especulação legítima: se as galáxias estão a afastar-se, elas deveriam estar comungando de um ponto comum, em algum passado. Seus cálculos nada sofisticados levaram a crermos que existe um Universo Conhecido, no qual o espaço-tempo-matéria-energia começaram a contar há 15 milhões de anos.
O pobrema -como disse Arnold Schwartzenegger- é que, neste caso, estivemos ele, tu, eu, a tecla t de meu computador, a fivela do cinto do segundo cientista (e ele todo e a fivela e todo o outro rapaz, e suas carteiras de cigarros ou de $$$), tudo, tudo, tudinho, ocupando o mesmo ponto, pois nada mais havia -que nos tenha gerado- além dele.
Falei isto para uma afamada professora da UFRGS e ela disse-me apenas: "não surpreende que a coisa tenha explodido", referindo-se -claro- a um ponto em que ela e eu comungávamos da mesma sala...
Chega de Big Bang. Mas, se há Big Bang, poderá haver Big Crunch, ou seja, o encolhimento generalizdo. Neste caso, a sala, a fivela, o cachorro, a palavra "perro" escrita em todos os livros do mundo, e tudo o mais, voltará ao mesmo ponto.
Chega de Big Crunch. Neste caso, el punto se desplazará asta formar a todo lo que conoscemos, e formará, em milhões de bilhões de trilhões de vezes (um infinito feito de finitos...), exatamente o que agora vemos, ou um Universo exatamente igual a este, com exceção da palavra "perro", que será escrita como "pehro". E assim por diante, diabolicamente, como diria novamente Borges.
Qual a probabilidade de isto acontecer, ou seja, em milhões de bilhões de trilhões de tentativas, o Universo assumir precisamente a mesma formatação de tudo o que conhecemos e deduzimos, exceto pela palavra "pehro" e seu substituto "perro"? Pois já vou dizendo: não é zero. Mas isto impede, de maneira absoluta e peremptória que sejamos escravos deste diabólico jogador de io-iô. Basta pensarmos que probabilidade não significa possibilidade. Explico-me. Qual a probabilidade de sair o número 3,5 ao lançarmos um dado perfeito? É a maior, pois este é o valor da média de uma distribuição retangular. Só que teremos pilhas de uns, dois, três, quatros, cincos e seis. Mas nada de 3,5, nunca, nunca de núncaras. Quer conferir? Basta coletar um dado perfeito numa chapelaria da Av. das Estrelas e ficar jogando para ver que não rolará um 3,5. Se rolar, deixaremos de chamar o blim-blim-blim que o originou de dado.
Beijos
DdAB

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