Querido Diário:
Nunca entendi o trechinho do poema que abaixo transcrevo, o trechinho, repito. sua história é sinuosa, para mim. tê-lo-ei visto nas páginas do jornalzinho do Colégio Estadual Júlio de Caudilhos, que considerei o centro de minha vida durante cinco anos e suas sequelas. o título foi dado por mim nesta manhã estival, ainda que mais pareça outonal. mas não consigo parar de dar-lhe bola. por falar em bola, como sabemos que a garota da foto está mesmo fazendo uma sequencia de 3.142 embaixadas?
Ao Poeta que Abandona a Vida
(Sergei Maiakowski)
Para o júbilo
o planeta
está imaturo.
É preciso
arrancar alegria
ao futuro.
Nesta vida
morrer não é difícil.
O difícil
é a vida e seu ofício.
(tradução de Haroldo de Campos)
Também tínhamos o "navegar é preciso, viver não é preciso", que aprendi via Caetano Velloso (canção 'Os Argonautas') como sendo uma legenda dos grandes navegadores portugueses. nunca entendi bem este troço de "para o júbilo, o planeta está imaturo". agora, "arrancar alegria ao futuro" é mais fácil: o futuro pode reservar-nos desventuras ou o anirvanamento. mais ainda, acabei de citar a terceiros num telefonema: "se você prepara-se para o pior, este poderá ser evitado". Sabe de quem é? Nigella, a cozinheira da TV paga. já falta comida para uma certa macacada, que dizer de aparelhos de 50 inches de diâmetro e principalmente da TV a cabo.
Também temos: "a melhor maneira de se prever o futuro é inventá-lo". então parece que tudo fica muito claro: a fim de arrancarmos alegria ao futuro, precisamos nutrir o presente com nossas melhores ações, o que é difícil! precisamos criara uma metodologia (o Governo Paralelo) para ajudarmos o planeta a amadurecer. Em meu entendimento, a maneira mais rápida de conseguirmos estes resultados é a sociedade igualitária.
Saudações um tanto como direi.
DdAB
2 comentários:
Em primeiro lugar, podemos ter certeza de que a menina fez as três mil e tantas embaixadas pela circunferência de suas coxas (eu, pelo menos, não preciso de nenhuma prova a mais); em segundo lugar, arrancamos a alegria do futuro e damos um jeito de trazê-la para o presente, que é só o que importa e existe. Lembre-se que o povo sempre diz: "No futuro, adeus pertences." (Sílvio)
Ao pensamento "no futuro, adeus pertences", chamo de visão distributivista onírica, ainda que seja uma boa previsão sobre o caos que a desigualdade provocou nas sociedades modernas. Equivale: "quem dá aos pobres diz adeus". E ainda: "Deus, oh, Deus, onde estás que não respondes?" Inocêncio de Oliveira, até hoje, mantem seu plantel de escravos.
DdAB
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