
Você viu acima o que o Sr. Google Images deu-me como resposta à entrada "justiça"? Pensei: com governantes como os acima, que é a aura discernível dos homens públicos brasileiros contemporâneos, as chamadas altas patentes da administração pública nacional, nada mais natural que o jornal porto-alegrense "Zero Herra" tenha como sua manchete principal de capa de hoje o seguinte: "Condenados podem ficar em liberdade até o último recurso; decisão do STF abre caminho para soltar milhares de presos."
Primeiro, pensei que Zero Herra é que é o problema, sensacionalista, baixo nível investigativo, essas coisas manjadíssimas. Depois, achei que o macaco abaixo poderia estar a descrever o espírito tumultuado dos 11 juízes do supremo (o tribunal, by the way) que garantiram a liberdade ao brasileiro, até que a prova de sua culpa seja insofismável, como apenas as provas das ciências lógicas, ou seja, nunca de núncaras. Nem com a confissão de um rapaz do porte do Dr. Inocêncio, poderíamos garantir que ele é possuidor de escravos. Alguma evidência contingente faz-se necessária. Eu, por exemplo, confessei ter roubado a Torre Eiffel e poucos atentaram para o fato...


Ainda assim, o símio que vemos a seguir ('vemos a seguir'? não era melhor ter dito 'veremos a seguir'?) não reclamou em bom português das condições de vida em seu cativeiro, digo, seu hotel. A liberdade humana pouco ou nada tem a ver com canarinhos ou jardins zoológicos, ainda que devamos acautelar-nos para não espisotear direitos animais. Todos, todos os que ingressamos no Universo Conhecido via Big Bang temos certos direitos. Nossa liberdade deve ser a mais ampla possível, isto é, podemos fazer tudo, absolutamente tudo o que não afeta a liberdade dos demais.


Em resumo: claro que cadeia não é lugar de inocente. E claro que liberdade não é compatível com culpa. E claro que é problema do poder judiciário fazer justiça, ou seja, punir a.s.a.p. os causadores de danos à liberdade de terceiros. Claro que o Dr. Inocêncio de Oliveira, detentor de escravos, deveria ter ido para a cadeia. Claro que apenas uma oligarquia desprezível é que o retém fora das grades, pois o último recurso ainda não foi protocolado...
Saudações Universitárias
DdAB
Nenhum comentário:
Postar um comentário