Querido Diário:
Depois de 1.000 postagens, começa tudo novamente, começo a confrontar as condições iniciais, tudo novamente? Difícil responder, esta é a verdade. Verdade? Que é verdade? As condições iniciais que geraram o universo conhecido explicam necessariamente o surgimento da vida, o surgimento de entes que clamam por verdade, por justiça e por paz?
Seriam as moléculas que se autorreproduzem inevitáveis? Sua probabilidade é zero? É próxima de zero? Mas autorreprodução não é suficiente para permitir-nos existir (nós, quero dizer, os meninos de rua e os reis europeus), pois também se fizeram necessárias incontáveis mutações. Era certo que aquele tipo de molécula autorreprodutível iria experimentar mutações? Que é certeza, a propósito?
Qual a probabilidade de jogarmos um dado e termos zero como resultado? Que tipo de evento seria este? Se, mesmo sabendo que não faz sentido, eu jogá-lo, estarei confrontando meu destino? Ou estou confrontando uma afirmação solipsística de que era evidente que eu o lançaria, mesmo com a probabilidade nula de ver a face zero? E de que importa que eu creia, digamos, que a evolução das espécies baseia-se em mutações e mutações e mutações? Haverá uma verdade, independente de minha crença: ou houve aleatoriedade ou não houve. E fim. Fim?
DdAB
Imagem: blog interessasnte aqui. Com uma canção intrigante.
4 comentários:
Ai Duilio, estava no trabalho fazendo alguns projetos governamentais e sempre me deparo com a mesma fórmula, seguir em frente, sem esquecer de voltar ao começo para rever o que foi feito de certo ou errado. Agora estou estudando pra passar na auditoria da CGU, e me deparo com a mesma fórmula. Enfim, o quero dizer que estamos sempre recomeçando, mas nunca chegando ao fim. Seria isso estar vivo?
Abs
oi, Daniel:
Bacana que compartilhamos estes tipo de mergulho existencial. Estou certo de que as iniciativas governamentias ficam melhores depois da ação dos novos. E a CGU precisa mostrar-se ágil. Por outro lado, por coincidência, ante-ontem, lia o primeiro ensaio de Italo Calvino, intitulado, como o livro que o abriga 'Por que ler os clássicos'. E o ensaio termina com Calvino citando meu desconhecido Cioram: "Enquanto era preparada a cicuta, Sócrates estava aprendendo uma ária com a flauta. 'Para que lhe servirá?', perguntaram-lhe. 'Para aprender esta ária antes de morrer'". Nunca é tarde para aprender, nunca é tarde para estudar.
DdAB
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