querido diário:
quem dera que a totalidade dos camelôs de Porto Alegre tivessem bijus tão sofisticados e bem ajambrados como os da efígie que vemos. eles são informais. criaram um camelódromo, como o de Floripa, só que sem o mar, para tirá-los das ruas. claro que no camelódromo há sua presença maciça e, nas ruas, também. os governantes têm cada uma...
camelô é um conceito mais amplo do que o termo usado para lhe dar o nome, criado no Brasil há menos de 50 anos. "O Camelô da Rua Larga" foi uma chanchada -outro desses termos dicionarizáveis- que assim foi batizada já homenageando a expansão vernacular doméstica. mas a atividade de venda do que quer que seja fora das lojas não é apanágio da cálida Rua da Praia. ela está em Londres, Nova Iorque e Tóquio (Tóquio? na verdade, nunca vi...).
tudo isto faz-me refletir sobre:
.a. o trabalho formal e o informal
.b. a produtividade, custos e preços dos trabalhadores e seus produtos
.c. a lei
.d. os caroneiros das atividades comerciais bem-comportadas (isto é, que pagam impostos)
.e. os bens públicos e sua apropriação privada
sem falar que ouvi de um deles, camelôs, em meados dos anos 1980s: a experiência é o espelho da realidade. anos depois, ao ler "A Filosofia e o Espelho da Natureza", de Richard Rorty (e ter entendido algo mais do que 1%), entendi o camelô. e desejei-lhe uma boa tarde de sábado.
DdAB
imagem: aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário