com boa vontade, hoje é dia de palíndrome: 21312, ou 21/mar/2012. começa que o aurelião eletrônico chama de "palíndromo". de onde terei tirado "palíndrome"? vai saber! claro que, abrindo-se este filão, poderíamos ter pensado no 21.1.12, no 21.2.12, e poderemos seguir pensando em todos até o 21.9.12. mas a mais interessante que testemunhei nestes últimos 366 dias foi o "|| || ||", ou melhor, 11.11.11. e tem cada uma que até os deuses duvidam. parasse eu por aqui, teria que intitular esta postagem como "Besteirol", não é mesmo?
mas vou adiante, pois a equação acima foi feita com segundas intenções. Albert Fishlow, consagrado brasilianista tem destaque no meu jornal de hoje. na p.12, há uma reportagem: "Pés no Chão; Guru otimista receita cautela", significando que ele eteve em Porto Alegre, deu uma conferência na FIERGS e disse que o Brasil precisa aumentar as exportações mesmo com este câmbio sobrevalorizado. tem uma frase que escreverei em fonte grande, pois alinha-se a uma pilha de postagens que tenho feito nos últimos tempos. eu tenho dito que os governantes brasileiros cometeram erros de política econômica ao forçarem a barra para tornar o país industrializado. em outra matéria, mais adiante, comentando o mesmo Al Fishlow, é lembrado que o PIB da indústria já chegou a 35% do PIB e agora é de 15-16%. claro que haverá problemas de comparabilidade das duas séries, mas -ainda assim- é certo que houve uma queda, uma desindustrialização precoce ou -o que é pior- o que tenho chamado de industrialização precoce. ou seja, esses 35% seriam um exagero para uma economia tão vocacionada para a produção primária, de um lado e para os serviços, de outro.
a grande questão tem apenas respostas contra-factuais: que seria do Brasil se os governantes não tivessem discriminado preços em favor da indústria? eu tenho dito que teríamos uma melhor distribuição da renda. e, se os privilégios tivessem sido jogados sobre a educação, teríamos um PIB substantivamente maior do que estes R$ 4,5 trilhões de hoje em dia. diz Fishlow:
A política industrial não deve ficar escolhendo vencedores e enfatizando o mercado interno.
parece que o protecionismo voltou à moda. em todo o mundo, por sinal. eu sou absolutamente a favor do livre comércio. é um absurdo o que aconteceu neste verão gaúcho: todo mundo foi ao Uruguay comprar aparelhos de ar condicionado, que os preços internos eram absurdos. também parece óbvio que, como a água morro abaixo, é impossível impedir o contrabando, filho dileto das tarifas aduaneiras.
DdAB
imagem: abcz.
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