10 outubro, 2010

Como é que se faz para mudar o mundo

caro amigo blog:
ok, ok, é melhor centrarmos no Brasil e não no mundo. aqui é a terra do silogismo de tipo Z, aquele que associa político a ladrão. este problema é sério, severo, fedegoso. mas não é para desanimar, como observamos no final do filme "Tropa de Elite 2", em que o filho do capitão Nascimento, depois de ser baleado num rim, recupera-se, embalado, talvez, pelo discurso de seu pai. este concluiu com uma dose de realismo, dizendo que ainda precisaremos de muitos anos, para vermos este país começar a decentizar-se.
na época da campanha política para o segundo turno, a discussão da agenda volta ao centro da cena, ou melhor, deveria voltar. os factóides e baixarias é que têm marcado a campanha eleitoral. talvez agora o clima torne-se mais ameno, uma vez que a chapa Serra-Dilma é que foi sagrada ao segundo turno.

primeiro: a senadora Marina da Silva, causando inquietação sua decisão sobre quem vai apoiar desta chapa Serra-Dilma, e que farão seus eleitores, lançou o seguinte decálogo:

01 Transparência e ética na gestão pública
02 Reforma eleitoral e política
03 Educação para a sociedade do conhecimento
04 Segurança pública
05 Mudanças climáticas
06 Segurança social, saúde e assistência social
07 Proteção de biomas
08 Gasto público de custeio e reforma tributária
09 Política externa
10 Fortalecimento da diversidade socioambiental e cultural.


de sua parte, o cronista Nilson de Souza, no Segundo Caderno de Zero Hora (p.3), publica uma carta assinada por Francisco Alberto Silveira, pelo que entendo, maratonista de terceira idade, dando sua contribuição para este debate de salvação do mundo, começando pelo Brasil. cito um trecho relevante:

De Sul a Norte, de Leste a Oeste, implementar a onda aeróbia.
Escolas em dois turnos. No primeiro, alongamentos, corridas lúdicas e alimentação saudável para oxigenar o cérebro e com vontade aprender no segundo período. Zero na delinquência infantil, no analfabetismo, nas drogas. Traficantes trocariam de ramo. Investiriam em suplementos alimentares. E, nas próximas olimpíadas, quenianos que se cuidem.
Nas universidades, fábricas, empresas privadas ou públicas, será instituído o momento da corrida. Da corrida saudável. Colegas troteando juntos nas ruas, nos parques, desintoxicando o estresse laboral. Teremos um país mais magro, colesterol baixo, corações felizes, pulmões com fôlego e economia no SUS.
Toda empresa que investir em clubes de corrida, patrocínio a atletas e provas de rua obterá grandes isenções fiscais. Nossos impostos baixarão.
Será instituído o plano do presidiário solidário. Faça de um colega um maratonista. Treine várias horas por dia, que, somente assim, sua pena será reduzida. As polícias Civil e Militar terão grande capacidade física para garantir a segurança.
No Congresso Nacional, haverá a hora da corrida. Os políticos descerão a rampa e percorrerão as ruas de Brasília para sentir o povo, refletir sobre seus atos, criar o hábito diário de ali estar e votar com mente arejada.
Para as famílias que participarem de provas pedestres, será instituída a bolsa-corrida. Ficarão unidas e felizes a cada fim de semana.


de minha parte, tenho quebrado a cabeça para listar tudo o que me parece importante na reforma política (citando trechos de um e-mail do final de julho e início de agosto. é preciso conferir se tudo está em minha lista, ou se sobra algo. o principal é mesmo a extinção da compulsoriedade do voto:
:: voto voluntário
:: voto distrital universal
:: extinção dos estados (todo poder aos municípios), senado (abaixo o bicameralismo) e poder judiciário (incorporado pelo ministério da justiça)
:: parlamentarismo
:: orçamento universal
:: unificação do serviço público (ter apenas um Ministério de Atendimento ao Público, onde faz da C.I. à negativa de justiça do trabalho [que seria extinta...])
:: governo dedicado apenas à provisão de bens públicos e meritórios (produzir apenas o absolutamente indelegável, por exemplo, a representação parlamentar...)
:: impostos majoritariamente diretos.
:: financiamento público da atividade política (pelo menos impedir pessoa jurídica de dar dinheiro para políticos)
:: reforma partidária (redução do número de partidos, fidelidade partidária...),
:: inelegibilidade para cargos públicos
:: reforma do poder judiciário, acabando com os cargos vitalícios de juiz e abrindo espaço para juízes leigos
:: conselhos de fiscalização das repartições públicas (ou seja, de todo o aparato que vive da receita pública)
:: a renda básica universal atende a um dos princípios de organização da sociedade justa citado por David Harvey: todos terão direito a uma fração do excedente, mesmo não tenham participado de sua criação.
DdAB
p.s.: esta lista salvadora do mundo também é uma lista de prioridades, lista de reformas gerais, lista de princípios ordenadores da sociedade decente, lista de reformas democráticas que conduzem ao socialismo. conduzem ou conduzam? é melhor dizer "conduzam", pois também não somos tão fanáticos que batemos pé na etapa do socialismo, sendo que podemos pular para outras formas de organização da propriedade dos meios de produção ainda não imaginadas.
p.s.2: quer salvar o mundo? clique aqui.

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