28 outubro, 2010

Com Dilma, sem Tarso

querido blog:
pois tem gente que trata a coisa pública como se fosse quintal de sua casa e, como tal, usa certos capachos como capachos. minha modesta percepção identificou há anos este tipo de comportamento em milhões, talvez bilhões de políticos ou apoliticados. talvez por causa deste tipo de desilusão é que criei o MAL* (Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela), com a intenção de clamarmos por moralidade em, pelo menos, 100 anos. convenci-me que -ceteris paribus- tudo ficará igualzinho, ou seja, não será apenas o que desejaríamos manter constante é que assim se manterá. seguiremos tendo "A Voz do Brasil", interferência do estado na vida feminina (intestina, uterina, intrauterina, nada saudável), serviço militar obrigatório, voto obrigatório, impostos concentracionistas, dilema de prisioneiros entre os estados, e por aí vai. além, claro, de salários nababescos (marajoaras?) para governantes de todos os níveis (contei uns oito...).

segue-se logicamente do que acabo de digitar que minha reflexão sobre filosofia política em particular e a política brasileira, em geral, como as flexões abdominais e outras isometrias, deixa-me extenuado. ontem morreu Nestor Kirschner, primeiro-ministro, ou o que seja, de sua esposa, a sra. Isabella Perón, ou o que seja, na Argentina. de nossa parte, o radicalismo da atual campanha política para o cargo de presidente não nos leva a pensar no pior. a chapa-branca Serra-Dilma quer as mesmas coisas, com a diferença de quais serão os capachos usados para gerir a coisa pública. creio que na Argentina, na China e outros países que rimam, o espectro da guerra civil não está descartado. ela -a guerra- é o maior dos males, a ser evitado, como sutilmente sugeriu Platão (ver postagem).

Dilma fala em reformas profundas: o que leio leva-me a crer que, em seu governo, teremos modestíssimos avanços na modernização do país. acredito piamente que ela acabará com a miséria e jogará a turma para cima da linha de pobreza. todavia não creio que seu governo seja capaz de implementar a renda básica unversal nem, menos ainda, et pour cause, a Brigada Ambiental Mundial. mas vai manter "A Hora do Brasil", vai manter a legislação atual sobre o aborto, sobre as drogas, essas coisas que fariam a diferença realmente. desde que, claro, acopladas a enormes pacotes de incentivo à educação de adultos, tudo dentro da BAM. na verdade ela prometeu, além de todos os mundos e os fundos compatíveis, criar um banco do empreendedor. eu achei bom: cursos para adultos fazerem seu plano de negócio (ler, usar planilha eletrônica, aprender a dar tope em gravata, usar a internet). mas confesso que duvido que isto venha a rolar.

e seu ministério? a coalizão de partidos que a levou ao poder não tem um manifesto eleitoral sério. claro que nada foi falado sobre o assunto. o oportunismo eleitoral é tanto que o tema é gerador de enormes auto-enganos: vamos falar sobre isto depois dos resultados das eleições, pois os cargos serão distribuídos conforme o número de deputados que dará sustentação ao programa de governo que, na verdade, não existe. nem o orçamento existe, pois quem definirá tudo serão -oportunamente- as transações destinadas a amealhar votos para os programas governamentais de interesse -sei lá- político do governo.

instaura-se luta pelos cargos como a mais encarniçada luta pelo controle do paiol, na pior das guerras civis, se exagero.e o mesmo ocorre com o noticiário que me chega da montagem do governo de Tarso Genro, substituto do fracasso iediano em reeleger-se. eu cheguei a desejar a derrota de Tarso. depois, retirei-me do processo e apenas me divertia com a derrota anunciada da dupla Focaça-Yeda, dois incapazes politicameante, ainda que nem todos os capazes sejamos passíveis de eleição para deputado, senador, prefeito, governador. luta-se por cargos. no plano federal, esta luta não é explícita, todos os meios levam à busca da vitória no dia 31/out. depois, o butim estará na janela... os partidos aliados não discutem pontos programáticos (estes, aliás, não os houve, pois -aprendi com o prof. Cláudio Accurso- quem considera tudo como prioritário não estla -na verdade- priorizando nada. disputam-se cargos, secretarias estaduais, chefias de departamentos e repartições, cargos em comissão, verbas de publicidade, essas coisas que recheiam de encanto o mundo real para aqueles que estão on the run.

mantenho minhas legendas: Dilma na urna, povo na rua! abrace a política: sufoque um político.
DdAB
p.s.: ainda nem sei o que dizer sobre este blog. é ou não é mesmo o iogurte Sans Souci, de Eldorado do Sul? pois bem, dei uma olhadinha e acho-o espantosamente reacionário. um exemplo é o trecho que segue:
"Quem não é mensaleiro; quem não compra nem vende voto; quem não se aproveita da coisa pública; quem não é companheiro bom e batuta, nada tem a temer da imprensa que já tem o Código Penal brasileiro para julgar seus desacaminhos por tudo que for injúria, calúnia e difamação."  ou seja, ele pensa que há alguém neste país, envolvido em política, que escapa de sua listinha de abomináveis. quererá ele capachos de outras casas?

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