06 outubro, 2010

Altruísmo e Eleições

querido diário:o amigo do amigo é altruísta, ele escreve seu blog para deixar claro que quer que outros saibam de seus desenvolvimentos intelectuais e informacionais. eu li no blog "O Esquerdopata" um ensaio de Maria Rita Kehl sobre as eleições, que adorei. adorei as eleições, os resultados (nem todos...), adorei Maria Rita Kehl desde que comecei a acompanhar-lhe o trabalho. é a elite paulista, não tenho dúvida, já nascem poliglotas, fazem esporte e dominam pelo menos um instrumento musical!

pois o artigo de Maria Rita Kehl (ver) é interessante em si, mas chamou-me a atenção às proporções que tneho alardeado como brincalhonas -como tal, não lá muito verdadeiras, mas instigantes- sobre as proporções entre altruístas e egoístas na população humana. eu falei em 40% e 60%, 40 altruístas e 60 egoístas. claro que, por infelicidade, as coisas não são ao contrário e nem mesmo aproximadamente verdadeiras para uma média de desvio padrão nulo. ou seja, em minha casa, há mais altruísmo, mas não garanto que ele seja 100% do tempo. no hotel, durante as férias, fora os que são deixados em casa, nos que flanam, também identifico alguma dose de egoísmo, inclusive em jogos que não requerem defecção como estratégia dominante...

então: no artido do "Estadão", fala-se que Hélio Jaguaribe chegou -há anos- a estas proporções, ao explicar os resultados eleitorais de 2006. ou seja, temos mais votantes em Dilma do que altruístas. a questão é se os ganhadores da transferência do tesouro nacional conhecida como "bolsa família" são altruístas. o artigo é maravilhoso. e acho que, sim, são altruístas e também egoístas. obedecem a minha "teoria do estado de alfa microeconômico". dependendo da estrutura de incentivos, adotarão posturas que um observador independente poderá associar com altruísmo. ou com egoísmo racional, sei lá, mas com resultados benévolos para suas famílias e comunidades. por exemplo, jogar os filhos a dominarem uma língua estrangeira, um instrumento musical e um esporte.

eu digo que o Programa Bolsa Família faz-me bem: com ele haverá menos assaltos, especialmente se ele for convertido em "Brigada Ambiental Mundial" e criar -em torno das três horas de aula diárias- saídas para a educação empresarial e o empreendedorismo. não precisa preparar neguinho (diria a candidata Dilma em priscas eras) para ser diretor mundial do FMI, pode ser apenas vender pastel na praia ou enlatar caldo de cana na zona rural. escovar sapatos ou produzir obras de artesanato. e mais: a análise que ela faz da recusa em trabalhar do porteiro de edifício que ganha em torno de R$ 200 mensais é edificante: se a bolsa família for de R$ 600 (isto é, o salário mínimo prometido pelo candidato José Serra), os burgueses apenas terão o trabalhador a seu serviço se abrirem um pouco mais a mão.
DdAB
p.s.: a ilustração de hoje (aqui) não é bem "altruismo", mas "cooperação", não é mesmo? é claro que, se eu fosse pobre, votaria no Quinto Governo FHC, isto é, na chapa Serra-Dilma. ambos passaram a divulgar que realmente tem que dar dinheiro para pobre. e pobre, que é sabido, vota em quem deu dinheiro para ele! terá ficado claro para meu eventual leitor o seguinte?
.a. mantenho-me em desobediência civil: não votei
.b. lamentei que Dilma não  venceu no primeiro turno
.c. achei Marina a melhor candidata, tanto é que sugeri no outro dia que um dos dois da Chapa Branca renunciassem à candidatura, a fim de dar lugar à verdadeira continuação da dinastia dos Silvas, a Marina.

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