09 janeiro, 2009

Buracos na Escrita

Querido Blog:
Como sabem teus leitores diligentes, não sou de cometer erros de português ou de qualquer língua, exceto quando dobro a língua e os faço. Dias atrás, reclamei do causídico Brossard de Souza Pinto, um rematado reacionário de longa história (ergo longos estipêndios de aposentadoria) na vida pública gaúcha, que me não critiquem as cacofonias de hoje. Pois não é que o velho trocou "butim" por "botim". Em sua homenagem, caí num buraco negro linguístico (agora arrancaram o trema, um buraco negro sugou-o...) e troquei "pião" por "peão". Brossard tem seus peões. Eu giro como um pião, de puro ódio da Academia Brasileira de Letras e de seu futuro membro honorário, o Presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, nosso abnegado Machado de Assis do século XXV.

Forçando novos buracos na escrita, somos forçados a concluir que os antigos dizim que Deus é onipresente, onisciente, onipotente. Um ser que não tem começo nem fim, ou seja, que está fora do tempo, ou que o tempo não corre para ele, a matéria e a energia e a temperatura e o espaço etc. são fenômenos (variáveis) contingentes pode ser chamado, claro, de Deus, mas também de Universo. A diferença entre aceitar Deus e aceitar o Universo apoiético infinito (com buracos negros e suas esículas como o que parece constituir-se o que uns modestos chamam de Universo Conhecido) não nos leva forçosamente a uma atitude deontológica o.s.l.t.

Depois, temos a possibilidade de que exista vida articulada -não em torno do quarteto carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio mas- em torno de outras moléculas. Poderia ser uma cadeia básica como o próprio CHON ou outra também de não-metálicos. Ou outra de ferrosos, outra em torno do mercúrio etc.. Moléculas que se autorreproduzem fatalmente "errarão" e construirão outras moléculas, algumas sem a capacidade de autorreprodução, mas outras detentoras desta capacidade.

A morte de um ser vivo do jeito que conhecemos não significa a destruição do arranjo molecular original, pois este mudou um determinado número de vezes ao longo da existência do ser de que estamos tratando (bactéria, lobo etc.). O que não sei ou não lembro é se as células neuronais também são completamente renováveis. Lembrar Gregory e Popper, criogenia (Walt Disney) e Jeremy Benthan, com o esquife embalsamado assistindo às sessões da câmara nobre do University College-London. Na linha de aprofundamento do estudo do cérebro, precisamos o que é e "para onde vai o" pensamento, o humor, a emoção, a vontade, a saudade etc.. Os substantivos abstratos como estes e outros...

O saldo das transformações da natureza que eu provoco também é contingente. E deve-se esclarecer a unidade de tempo considerada.
Adeus, Mr. Blogger Man.
DdAB

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