Querido Diário:
Não era bem "diário", pois esta postagem é de "Economia Política". Antes do final do ano, talvez antes do final do verão, abrirei nova série: "Lixo Urbano", postagens animadas por fotos que tirarei da cidade administrada pelo Lit. José Fogaça, inclusive -se possível- dele himself. Por ora, sigo nas "vida-pessoalidades", informando que a gravura acima veio do Google-Images, quando mandei procurar "Segunda Mudança". Diz respeito a um trem e suas possibilidades, o que evocou o trem em que andei há dois anos, percorrendo -se bem lembro- London-Waterloo a London-Canary Wharf o.s.l.t., que nunca fui muito bom de memória para eventos memoráveis. Quero dizer, era um trem sem motorneiro. O primeiro em que andei, se bem sei. Em Berlim, um que outro motorneiro do metrô não gostava de deixar-se fotografar. Em Londres, um dia -informa-me um garçom- colocarão bonecos de cera animados, simulando motorneiros, para alegria dos incontáveis turistas chineses, todos vestidinhos -eles, turistas e eles, motorneiros- como cavalinhos da távola redonda.
Por outro lado, a falar de Economia Política é que me proponho nas linhas que seguem. Inicio repetindo o DeLong que referi no dia 15/jan/2009, não era isto? Pois disse ele:
Além disso, a principal prioridade para os bancos centrais deve ser o de manter a sua credibilidade como guardiões da estabilidade e da saúde do sistema financeiro. Bancos centrais devem tentar manter a economia perto do pleno emprego provocando o aumento dos ativos quando ela começa a ameaçar o aumento do desemprego. Mas agora os bancos centrais estão influenciando os preços dos ativos por um grande número de canais e procedimentos diferentes das normais operações de mercado aberto: eles estão tentando afetar não apenas aos descontos de duração, mas também aos de risco, lentidão (morosidade) e levados por informação.
"Além disso" era além do que víramos. Há novos problemas de tradução no final do parágrafo. Deixemo-los e concentremo-nos no início. Claro que o banco central deve ser o guardião da moeda, quem mais seria, o Dep. Jader Barbalho? A moeda (M), como provei num teorema inédito, expressa-se como Y = MV/P, ou seja, como uma fração V/P (velocidade de sua circulação dividida pelo nível geral de preços) do valor adicionado (Y). O menino de rua disse-me que podemos normallizar V e P para a unidade e, como tal, ver que M = Y, "under a number of circumstances", em suas palavras, que ele pensava serem do mais escorreito tupi-guarani, e eu rebati informando-o serem puro latim (ou paraguaio).
Segue: Bancos centrais devem tentar manter a economia perto do pleno emprego. Esta é a questão central. Onde mais o banco central tentaria manter a economia senão no preno emprego? No completo desemprego? No uso de 73,1416% da capacidade instalada? Em outras palavras, parece que o consenso não é mais isto, pois o conceito de pleno emprego é que é deficiente. Por isto, DeLong não falou mas provavelmente estarão em seu livrinho os conceitos de NAIRU e PP, ou seja, a taxa de desemprego que não acelera a inflação ou o produto potencial, o que se insere nos modernos programas de metas de inflação. E isto já diz tudo: qual o nível de emprego desejado? Responde rápido: o desejado. Em minha opinião, deve ser discutido pela sociedade por ocasião da montagem do orçamento da república.
Ou seja, deve-se estimar qual o nível de geração de valor adicionado passível de ser alcançado em determinado período (Y) e mirar em certo vetor (M, V, P) que o viabilize. Na condição de papel pintado, M é o mais fácil de encomendar à indústria gráfica. V não pode ser adquirido em guichês de aeroportos, nem P é PP, ou seja, P é o nível de preços e não o produto potencial. Um e outro, todavia, têm em comum o fato de serem resultado de ações e especulações em todos, todinhos, os mercados existentes na economia.
De acordo com o novo consenso formulado pela Editora GangeS, o grande problema não é o nível de emprego nem mesmo o nível de preços, mas apenas a questão distributiva: como os recursos circulam entre os agentes (produtores, fatores e instituições). O que interessa é como os $$$ chegam nas mãos do povo e não o que o povo fez para consegui-los. Ou seja, se assaltaram ou apenas inscreveram-se na Brigada Ambiental Mundial e de lá retiraram seus estipêndios.
Concluindo: a rapina praticada por dirigentes de instituições financeiras e do próprio Banco Central (vide caso da Nicarágua de há 10 anos or so) é caso de polícia, não é caso de política monetária. Obviamente, roubos não são falhas de mercado, mas de comunidades e estado. Ou seja, tu já pode concluir alguma coisa destes dois itens?
Abraços do
DdAB
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