13 fevereiro, 2012

Exemplo Chinês?

querido diário:
viajando no tempo, já li a Carta Capital de 15/fev/2012. ano 17 n.684. e valeu a pena. há uma "Reportagem sobre capitalismo de estado" traduzida da revista The Economist e intitulada "A Mão Visível". é muito interessante. estou esperando voltar ao presente para ler o resto. mas o comecinho já diz algo de deixar-nos de orelha em pé:

.a. a reportagem seleciona para falar do Brazil, da China e da Rússia, deixando a Índia por razões secundárias.

.b. ela diz algo interessante sobre os contornos do que chama de capitalismo de estado, certamente mais furioso na China, em segundo na Rússia e terceirão é o Brasilzão. tem cifras qualificando. os dois primeiros são ou eram chamados, na literatura de sistemas econômicos comparados de "economias de comando"

.b. agora passam a chamar-se de "capitalismo de estado". vejo pilhas de coisas erradas em ambos. tenho falado sobre elas exaustivamente. o principal argumento é que devemos substituir o governo dos homens pela administração das coisas, logo acabar com o "capitalismo de estado" também é bom. e também tenho falado sobre os "produtores independentes livremente associados". por fim, falo no trio: comunidade-mercado-estado. claro que o estado ou a comunidade é que deve cuidar das falhas de mercado. até pode ser que a provisão comunitária ou estatal permita ao mercado fazer coisas que este não faria com o simples jogo da mão invisível. mas isto não significa necessariamente que sejam necessárias empresas estatais. neste sentido, posso ver firminhas retendo criminosos, firminhas julgando conflitos entre pessoas físicas ou jurídicas, tudo isto.

.c. neste sentido vejo como função do estado prover (nem necessariamente produzir) informação e fiscalização!

.d. pois bem:

"[...] o Partido Comunista Chinês possui fichas sobre um vasto número de seus cidadãos e é bem melhor no uso de instrumentos capitalistas. Em vez de entregar indústrias para burocratas ou amigos, transforma-as em empresas geridas por administradores profissionais."

.e. não que eu adore 8.000 condenações a penas de morte por ano, como lá. mas pensei nesta tragédia brasileira em que os "partidos políticos" buscam o poder como agremiações encarregadas de dar empregos a seus integrantes. como tal, a administração pública está cheia de CCs e mesmo os ministros (inclusive os juízes) são despreparados para as funções que ocupam.

.f. ling-ling-lé (tradução: uma tragédia).


.g. ao mesmo tempo, na linha do que falei ontem sobre a escala mudar as relações de produção, parece que a centralização do capital leva inexoravelmente ao domínio das empresas estatais. por isto é que precisamos democratizá-las antes que seja tarde. administradores profissionais honestos é uma beleza. administradores amadores ladrões é o pior dos mundos.
DdAB
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