17 março, 2009

Cândidos e Coutinhos etc.


Querido Blog:
Antonio Cândido, Afrânio Coutinho e Afrânio Peixoto é a mesma coisa? Nunca consegui distinguir, pois os calhaus que li sob uma e outra assinatura são isto mesmo, de dar pedrada.

Agora leio em Carta Capital número tal: "As suas missivas, e não apenas as deste livro, não são textos do ponto de vista literário, apesar do encanto insinuante que há em todos os seus escritos". Sic, sem ponto, que -por isto- deixei de fora do final das aspas que citam o cândido, ou continho, não mais lembro. Me não lembro. Machado, claro, não faria esta próclise, mas diria algo como: deste tipo de crítica nos não livramos.

Parece que -agora- eu é que entendo um tanto mal o que diz Machado de Assis. Sei que ele faz umas cliticizações pouco familiares ao leitor contemporâneo. Era cliticização? Mas penso que estes críticos -qualquer deles- que escreve isto ("as suas missivas...") não apenas foi relativamente pródigo com o uso do artigo "as", que lá "suas missivas" já estavam devidamente determinadas pelo próprio pronome "suas". Ou seja, crítica literária não é texto do ponto de vista literário. Ou melhor, críticas como esta que agora lhes endereço (aos afrânios etc.) são elegantemente literárias, por contraste à capacidade de articular idéias sensatas pelo clube do A. C. etc..

Quer dizer: missiva não é texto literário? E blog é texto literário, meu senhor do bonfim? E site? E material depositado no Google Documents? E textos de e-mails? E a revista SuperMan? E o mingau de maniçoba (presumo que a foto acima seja de uma colher com o referido mingau)? E mingaus de lobo-maus?

Do escritor perplexo
DdAB

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