03 março, 2009

Cabelo Econômico

Querido Mr. Blogger Man:
Ontem cortei o cabelo, um corte econômico, no sentido de que -curtinho- ele tira o item "escovas de cabelo" do orçamento doméstico da gente... Na foto acima que -disseram- foi-me tirada há anos, precisamente quando eu fazia a "feira", isto é, fazia o que os aquartelados chamam de "rancho" e relutava em comprar uma escova de cabelo mais carinha.

Fazer a "feira" ao invés de "rancho" foi-me possível, como a foto, se foi o caso, numa loja floriputana (gentílico que acabo de inventar para quem nasce/vive em Floripa). Falar em "carinha" lembrou que minha coiffeuse chama-se Karina, muito bonita, da Rua Botafogo. Eram -os fígaros- dois Miguéis, da Rua Marcílio Dias, inapelavelmente trocados, quando ocupei a Vivenda Visconde, deixando de lado a Morada Múcio. Também tive que inventar estes designativos para minhas residências recentes, pois odeio dizer que "passei bons tempos no Lillian", quando o que quero dizer é "passei tempos verdadeiramente maravilhosos no mavioso Lillian Penson Hall". Reduzi ainda mais, por meio de: "fiquei no LPH".
Na ocasião da foto escabelada, também foi-me sugerido que o fusca amarelão da foto do fusca e s.m. era de minha propriedade e que aquilo que não descartaríamos como sendo a imagem de uma mulher era mesmo a imagem de Rosa, a inventora do Método R, de interpolação usando a escala intervalar. Relutei em aceitar, pois os ponteiros de minhas retinas tão fatigadas sugeriam que um carro daqueles fora -efetivamente- de minha propriedade antes dos anos 1980s. Floripa, como sabemos, doi-me na parede da memória a partir de 1981, quando eu dirigia um brioso (garboso, pundoronoso) Corcel.

Ainda bem que a postagem atende ao marcador "Vida Pessoal", pois quase esquecera que -além de cortar o cabelo- vi no Instituto de Beleza da Karina da Botafogo (que nada tem a ver com "o" Lillian...) um exemplar da revista "Época" issued mais ou menos há um ano e meio (ou 1,4, sei lá). Primeiro, garrei de pensar se eles não queriam ter escrito "Épica" ou mesmo "Hípica" e teriam errado a mão... Como, creio, fez "Zero Herra", que se escreve como "Zero Hora", mas que erra tudo, inclusive evadindo a questão básica da ontologia: "um troço destes não existe...".

Pois a "Épica" de que falo, se não dá notícia errada, leva-nos a crer que existe um deputado de algum estado que andou a queixar-se de que suas "emendas" não têm recebido a -a seu ver- merecida acolhida por parte dos governantes de alguma ilha de desigualdade. O que me fez pensar em aproveitar a estada no "Karina" (epa!) e aparar as unhas foi o átimo que dediquei a imaginar-me a esganá-lo e a todos os demais governantes. Pensei em crimes hediondos, em pena de morte, em boas maneiras, em metáforas e retórica, ironias, paroxismos e proparoxítonas. E pensei principalmente na campanha que lancei há anos para uma dessas eleiçõezinhas de vereador, em que o que grassa é a desgraça: "Abrace a política: sufoque um vereador." Pena de morte? Nem morta!

Como não rastreei nada sobre o deputado que vê-se desprestigiado pelo descaso com que suas emendas são acollhidas, faço apenas uma aposta: aposto D$ 1,000.00 que ele é um imbecil. No caso, imagino que -sempre que o professor falava em
.a. três horas de aula
.b. três horas de ginástica
.c. três horas de trabalho comunitário,
ele pedia para beber água e ia escoicear o bebedouro (com água gelada) da escola em que tentaram -sem sucesso- desasná-lo.

Para um político do governo (Perpendicular ou Paralelo) de seu porte, é imperdoável que sua concepção de política seja a da ação pública por meio de "emendas". Duvido que ele saiba sobre o quê fala. Penso que, para ele, "emenda" é um neologismo, como o é o "floriputano" ou o "deletar". No caso, ele quereria dizer: "um cartão do governador para algum neguinho que me dê a nota de emprenho do blim-blim-blim que vai pagar-me os 12,5% de comissão isenta de imposto de renda". E a revista "Hípica"? Creio que fez seu papel, dando vasão às queixas de muares.

Um menino de rua sugeriu-me que -pela lei das minorias- viu o anúncio de emprego de jornalista na "Épica" e não foi, pois pedia "profissionais asmáticos", mas um erro do linotipista escreveu "proficionais asnáticos", o que levou a uma fila começando em Realengo, continuando no Flamengo e acabando no Leblom.

Tá bom?
DdAB

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