querido blog:
há muito incorporei que o tratamento correto nos escritos científicos devem ser impessoais. até brincamos com isto no livro "Técnicas de Pesquisa em Economia; transformando curiosidade em conhecimento", São Paulo: Saraiva. 2002. que, by the way, ruma para nova formatação em nova edição, com palpitantes inovações, a começar pela inserção no projeto da profa. Brena Fernandez (ou BP, ver).
por que o tratamento impessoal é importante? cheguei a pensar que é porque na lógica formal não há gênero, não há passado ou futuro, etc. uma proposição como "Brena será estudiosa em seu quinto pósdoutorado" deve ser lida "Sócrates é estudioso", algo assim, hehehe.
mas também ele -tratamento impessoal- livra certos cientistas de situações embaraçosas. por exemplo, mandeu envenenar 45 ratinhos torna-se menos odiento se expressarmos como 'mandou-se envenenar os mickeys" ou "os camondongos foram envenenados' ou ainda 'os camondongos envenenaram-se", num caso raro de suicídio coletivo.
e aí vi o livro de redação de Deirdre McCloskey que andei citando em postagem eivada de auto-plágios (que entraram na moda con furore). disse ela:
... when you're talking 'I' (or 'we') you're not talking about the subject.
achei a passagem de McCloskey muito interessante. é bem diferente de dizer 'a passagem de McCloskey é muito interessante". ou seja, não precisava dizer que eu achei o que quer que fosse.
DdAB
o rato maconheiro é daqui. e até hoje estou procurando a referência que juro ter lido sobre ratos do deserto mexicano que trocam -portanto- mercadorias.
3 comentários:
Ei Professor:
a Wiki-paraguaia me disse que tem um tal de "Pack rat", parecido com esse teu rato mexicano que gosta de praticar um escambo. Dá só uma olhada: http://en.wikipedia.org/wiki/Pack_rat
Será o próprio?
minha doce e eterna professora:
acabo de olhar o link indicado. não estou em casa, mas desejo voltar ardentemente para voltar a manusear meus livros de divulgação da biologia evolucionária, a fim de renovar a busca com mais dados. na Wiki, frustro-me ligeiramente: falar em 'troca' pode ser apenas um exagero humano. mas pode ser que haja outras espécies não-humanas que tenham trocas análogas às nossas: às vezes mercadorias e tantas outras, apenas signos e subjetividade.
DdAB
Sabe que eu também achei um pouco de forçação antropomórfica chamar isso que o Pak-ratinho faz de "troca". Pensei que, se ele tivesse quatro patinhas dianteiras ao invés de duas (ou uma mochila, talvez), iria querer carregar as tralhinhas todas consigo... Mas isso por sua vez também é uma interpretação antropomórfica: não tem muito jeito.
E da outra vez esqueci de agradecer por vc ter dito que eu era tão estudiosa quanto o Sócrates!!! Foi isso mesmo? Hahaha.
Bom Domingo de Páscoa para vc,
Brena.
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